A CPMI do 8 de Janeiro, que investiga o quebra-quebra bolsonarista nas sedes dos Três Poderes, aprovou nesta quinta-feira 3 a quebra de sigilo de diversas pessoas, entre elas o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, e o ex-ministro da Justiça Anderson Torres.
Fardado, Cid depôs à CPMI em 11 de julho, mas recorreu ao direito ao silêncio mais de 40 vezes e não respondeu a perguntas de parlamentares.
Já Torres, que estava à frente da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal durante os atos golpistas, deve prestar esclarecimentos ao colegiado na próxima terça-feira 8. Ele teve os sigilos telefônico e de mensagens quebrados pela CPMI.
Durante a sessão, a CPMI ainda quebrou o sigilo de dois militares lotados no Gabinete de Segurança Institucional no dia da invasão bolsonarista:
- o general Carlos Eduardo Feitosa Rodrigues, nomeado servidor do GSI no governo Bolsonaro;
- e o coronel André Luiz Garcia Furtado, servidor do GSI que esteve no Palácio do Planalto no dia dos atos golpistas.
Outro alvo dos requerimentos de quebra de sigilo é o bolsonarista George Washington, condenado por planejar um ataque a bomba no Aeroporto de Brasília em 24 de dezembro de 2022 – ou seja, às vésperas da posse de Lula como presidente.
Os parlamentares também aprovaram acesso a Relatórios de Inteligência Financeira de empresários e companhias. Os documentos são produzidos pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras, o Coaf, quando o órgão identifica movimentações atípicas, que podem estar relacionadas a lavagem de dinheiro ou ocultação de bens.
Entre os documentos a serem solicitados pela CPMI estão aqueles relacionados a Silvinei Vasques, ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal, e ao hacker Walter Delgatti Neto, que também foi convocado a depor na comissão.
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