Política
CPI aprova quebra de sigilo de Deolane após ausência em depoimento
‘Quem não deve não teme, e quem não comparece sabe que está envolvido até o pescoço’, disse o senador Jorge Kajuru (PSB-GO)



A CPI das Apostas Esportivas no Senado aprovou, nesta terça-feira 29, um requerimento para quebrar os sigilos bancário e fiscal da influenciadora Deolane Bezerra. Ela tinha um depoimento agendado no colegiado nesta reunião, mas foi dispensada de comparecer pelo ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal.
O magistrado atendeu a um pedido da defesa da advogada e retirou a obrigatoriedade da oitiva. Na decisão, Mendonça citou o direito à não autoincriminação de um investigado. O presidente da CPI, Jorge Kajuru (PSB-GO), pediu ao ministro para reconsiderar seu entendimento, sem sucesso.
Deolane é investigada pela Polícia Civil de Pernambuco por integrar um suposto esquema de lavagem de dinheiro obtido com jogos ilegais. Chegou a ser presa em setembro e foi solta pouco tempo depois. A advogada nega ter criado um site de apostas para mascarar a origem de recursos ilícitos.
O pedido de quebra de sigilo partiu de Kajuru. Entre as justificativas, o parlamentar menciona trechos da decisão que determinou a prisão de Deolane. Veja os principais pontos:
- dissimular a origem dos bens e valores provenientes do jogo do bicho e de azar ao comprar, por meio de sua empresa, uma Lamborghini;
- dissimular a natureza dos valores provenientes de jogos ilegais ao receber 3,23 milhões de reais de sua empresa Bezerra Publicidade entre novembro de 2022 e maio de 2023;
- ocultar ou dissimular valores provenientes da lavagem de capitais ao receber da Bezerra Publicidade 1,45 milhão de reais, em seis transferências Pix, entre janeiro e março deste ano.
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