O corregedor da Receita Federal João José Tafner foi exonerado, nesta quinta-feira 9, após pedir para deixar o cargo. Ele havia denunciado que sofreu pressão de integrantes da cúpula do órgão para poupar outro funcionário suspeito de quebrar irregularmente sigilos fiscais de desafetos da família Bolsonaro. O caso foi revelado pelo jornal Folha de S. Paulo.
Tafner é apontado como aliado do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), já que foi indicado ao cargo pelo senador Flávio Bolsonaro.
O filho do presidente seria um dos interessados nas quebras de sigilo irregulares por ser alvo de investigação que apura a ocorrência de rachadinha na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro.
As consultas ilegais em registros fiscais foram realizadas em 2019 pelo então chefe de inteligência da Receita, Ricardo Feitosa.
Um dos atingidos foi Eduardo Gussem, ex-procurador-geral de Justiça do Rio de Janeiro, que foi responsável pelas investigações contra o filho do ex-presidente.
Além dele, o empresário Paulo Marinho, um ex-aliado de Bolsonaro, e Gustavo Bebianno, ex-ministro, também tiveram os sigilos quebrados irregularmente.
Feitosa foi investigado em um procedimento interno da Receita Federal e Tafner sugeriu a demissão do chefe de inteligência.
A decisão final sobre o afastamento de Feitosa deverá ser tomada pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
Em nota divulgada na quarta-feira 8, a Receita afirma que, em 3 de janeiro, recebeu “relato de fatos e eventos que podem, em tese, configurar ilícito a ser devidamente apurado”.
Para proteger e incentivar discussões produtivas, os comentários são exclusivos para assinantes de CartaCapital.
Já é assinante? Faça login