Política

Corregedor da Receita é exonerado após denunciar pressão para não apurar quebra de sigilo de desafetos de Bolsonaro

João José Tafner, indicado ao cargo pelo senador Flávio Bolsonaro, disse que integrantes da Receita queriam arquivamento de procedimento

Corregedor da Receita é exonerado após denunciar pressão para não apurar quebra de sigilo de desafetos de Bolsonaro
Corregedor da Receita é exonerado após denunciar pressão para não apurar quebra de sigilo de desafetos de Bolsonaro
Eduardo Bolsonaro (esq.), deputado federal filho de Bolsonaro, e João José Tafner, corregedor da Receita Federal exonerado, em imagem de setembro de 2018 em Jaguariúna (SP) — Foto: Reprodução/Instagram
Apoie Siga-nos no

O corregedor da Receita Federal João José Tafner foi exonerado, nesta quinta-feira 9, após pedir para deixar o cargo. Ele havia denunciado que sofreu pressão de integrantes da cúpula do órgão para poupar outro funcionário suspeito de quebrar irregularmente sigilos fiscais de desafetos da família Bolsonaro. O caso foi revelado pelo jornal Folha de S. Paulo.

Tafner é apontado como aliado do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), já que foi indicado ao cargo pelo senador Flávio Bolsonaro.

O filho do presidente seria um dos interessados nas quebras de sigilo irregulares por ser alvo de investigação que apura a ocorrência de rachadinha na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro.

As consultas ilegais em registros fiscais foram realizadas em 2019 pelo então chefe de inteligência da Receita, Ricardo Feitosa.

Um dos atingidos foi Eduardo Gussem, ex-procurador-geral de Justiça do Rio de Janeiro, que foi responsável pelas investigações contra o filho do ex-presidente.

Além dele, o empresário Paulo Marinho, um ex-aliado de Bolsonaro, e Gustavo Bebianno, ex-ministro, também tiveram os sigilos quebrados irregularmente.

Feitosa foi investigado em um procedimento interno da Receita Federal e Tafner sugeriu a demissão do chefe de inteligência.

A decisão final sobre o afastamento de Feitosa deverá ser tomada pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

Em nota divulgada na quarta-feira 8, a Receita afirma que, em 3 de janeiro, recebeu “relato de fatos e eventos que podem, em tese, configurar ilícito a ser devidamente apurado”.

ENTENDA MAIS SOBRE: , , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Muita gente esqueceu o que escreveu, disse ou defendeu. Nós não. O compromisso de CartaCapital com os princípios do bom jornalismo permanece o mesmo.

O combate à desigualdade nos importa. A denúncia das injustiças importa. Importa uma democracia digna do nome. Importa o apego à verdade factual e a honestidade.

Estamos aqui, há 30 anos, porque nos importamos. Como nossos fiéis leitores, CartaCapital segue atenta.

Se o bom jornalismo também importa para você, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal de CartaCapital ou contribua com o quanto puder.

Quero apoiar

Leia também

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo