O Conselho Superior do Ministério Público Federal rejeitou a indicação do procurador Ailton Benedito para compor a Comissão Especial Sobre Mortos e Desaparecidos Políticos. O colegiado fez a decisão nesta terça-feira 6, por 6 votos contra 4.
A indicação de Benedito era da vontade do presidente Jair Bolsonaro (PSL). O procurador já se mostrou entusiasta da ditadura, em sua rede social, no dia 30 de março deste ano. Ele ocuparia a vaga do procurador Ivan Marx.
Durante 40 anos, os eventos de 31 de março de 1964 foram monopolizados pelos esquerdistas, a fim de propagandear a sua inocência passada, presente e futura, enquanto silenciavam, achincalhavam e culpavam as FFAA, e cobravam pedágio ideológico e financeiro da sociedade.
— 🇧🇷Ailton Benedito (@AiltonBenedito) March 30, 2019
Na sessão, os conselheiros contrários à indicação de Benedito argumentaram que não cabe ao Executivo escolher o membro do MPF que fará parte da comissão. Embora a nomeação seja do presidente da República, era necessário que o Conselho Superior do MPF aprovasse a escolha.
Na semana passada, Bolsonaro demitiu quatro de sete membros da comissão, inclusive a procuradora Eugênia Gonzaga, que presidia o grupo. As exonerações ocorreram após declarações polêmicas do presidente da República sobre o motivo da morte de Fernando Santa Cruz, pai do presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz. Na ocasião, a comissão contrariou a versão dada por Bolsonaro sobre o assassinato de Fernando.
Em coletiva de imprensa, na quinta-feira 1, Eugênia classificou declarações de Bolsonaro como injuriosas e ofensivas à moralidade pública. Para a procuradora, o presidente da República está “descumprindo o dever de representar e defender os órgãos do Estado”.
Para proteger e incentivar discussões produtivas, os comentários são exclusivos para assinantes de CartaCapital.
Já é assinante? Faça login