Política
Conheça José Múcio Monteiro, o novo ministro da Defesa
Dada a relação entre Jair Bolsonaro (PL) e os militares, a escolha do novo chefe da pasta foi cercada de grande ansiedade


O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou nesta sexta-feira 9 o seu ministro da Defesa. Trata-se de José Múcio Monteiro, ex-integrante do Tribunal de Contas da União.
A pasta é responsável por coordenar o esforço integrado de defesa, incluindo o preparo e o emprego das Forças Armadas, além da articulação entre elas e os demais órgãos do Estado. Dada a relação entre Jair Bolsonaro (PL) e os militares, a escolha do novo ministro da Defesa gerou grande ansiedade.
Múcio mantém boas relações com oficiais das Forças Armadas, pode ajudar na articulação de pautas da Defesa no Congresso Nacional e preenche um dos pré-requisitos estabelecidos por Lula para o cargo: ser um civil com habilidade política.
O novo ministro da Defesa chegou ao TCU em 2009, durante o segundo governo Lula, e presidiu a Corte entre 2019 e 2020, seu último ano no posto. Antes, entre 2007 e 2009, chefiou o Ministério da Secretaria de Relações Institucionais.
A boa relação de Múcio com o Legislativo nasceu de uma experiência direta no Congresso. Ele foi eleito cinco vezes consecutivas para a Câmara dos Deputados por Pernambuco, entre 1991 e 2007.
Também ocupou a Secretaria Municipal de Planejamento do Recife, entre 1997 e 1998, e a Secretaria Estadual de Transportes, Comunicação e Energia de Pernambuco, de 1983 a 1986.
Antes mesmo da confirmação de sua nomeação, Múcio recebeu elogios de militares não alinhados a Lula, a exemplo do vice-presidente Hamilton Mourão. O senador eleito pelo Republicanos no Rio Grande do Sul afirmou no final de novembro que Múcio seria “muito bem-visto pelas Forças Armadas”.
Na última terça-feira 6, em entrevista a CartaCapital, o general Carlos Alberto dos Santos Cruz, ex-ministro-chefe da Secretaria de Governo de Jair Bolsonaro, classificou Múcio como uma pessoa “bastante equilibrada, com um senso de humor muito apurado, de extrema simpatia”. Avaliou ainda que “tudo isso vai servir para conduzir, se ele for o escolhido, o Ministério da Defesa dentro de um bom ambiente de trabalho”.
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