Política

Congresso Nacional instala CPI das Fake News com relatora da oposição

Crítica a Jair Bolsonaro (PSL), a deputada Lídice da Mata (PSB-BA) será relatora de investigações sobre notícias falsas nas eleições 2018

Congresso Nacional instala CPI das Fake News com relatora da oposição
Congresso Nacional instala CPI das Fake News com relatora da oposição
O senador Ângelo Coronel (PSD-BA) e a deputada federal Lídice da Mata (PSB-BA). Foto: Geraldo Magela/Agência Senado
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O Congresso Nacional instalou a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) das Fake News, nesta quarta-feira 4. Conforme revelado por CartaCapital em 28 de agosto, a deputada federal Lídice da Mata (PSB-BA), da oposição, será relatora das investigações. O senador Ângelo Coronel (PSD-BA) foi eleito presidente da comissão.

A CPI mista terá 180 dias para apurar a criação de perfis falsos e ataques cibernéticos para influenciar as eleições de 2018. Os parlamentares também vão averiguar a prática de cyberbullying contra autoridades e cidadãos vulneráveis e o aliciamento de crianças para o cometimento de crimes de ódio e suicídio. O grupo será composto por 15 deputados e 15 senadores, com igual número de suplentes.

Em entrevista à TV Câmara, Lídice rebateu parlamentares ligados ao governo que expressaram preocupação com o “uso político” da relatoria. O próprio autor do requerimento da CPMI, Alexandre Leite (DEM-SP) pediu para se retirar da Comissão porque julgou que a escolha da relatora não faz parte do que propôs como autor.

“Uso político numa casa que é só política, é difícil você dizer que não vai ter nenhum uso político, tratando-se inclusive de uma tese da política. Agora, não é um uso do qual estão se referindo. O objetivo da CPMI não é tratar desta ação. O objetivo da CPMI é mais largo, é analisar as consequências das fake news nas eleições, no mundo, no Brasil. Se o resultado disso vai servir a diversos usos, ora, vai servir à oposição, vai servir ao governo, certamente, porque ambos irão usar o resultado do debate”, afirmou.

Nas redes sociais, Ângelo Coronel escreveu que quer “extirpar de vez esse câncer que atrapalha a democracia brasileira”. Durante a instalação da comissão no Congresso, o senador repudiou o que chamou de “indústria das fake news”. “Precisamos dar um basta nisso e descobrir quais são os focos desta indústria de fake news que abala a democracia brasileira e que muitas vezes coloca uma pecha em alguém que não merece ser avacalhado”, disse.

O líder do PT na Câmara, deputado Paulo Pimenta (PT-RS), fez declarações otimistas. Em vídeo publicado na internet, o parlamentar afirmou que esta CPMI entrará para a história. “A bancada do Partido dos Trabalhadores trabalhou muito para que essa CPMI fosse instalada”, disse Pimenta.

Já os governistas expressaram contrariedade com a instalação da comissão. O deputado federal Filipe Barros (PSL-PR) publicou críticas à inauguração das investigações. “Como eu havia previsto sobre a CPMI da Censura, chamada de CPMI das Fake News. Só a oposição aqui. Querem emplacar presidente e relator. Objetivo: regulamentar a mídia, censurar a população e fomentar fake news contra Jair Bolsonaro”, escreveu.

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