Política
Congresso analisa veto de Lula ao Marco Temporal nesta quinta
O presidente barrou o dispositivo a estabelecer que os indígenas só teriam direito às terras que ocupavam ou reivindicavam em 5 de outubro de 1988
O Congresso Nacional deve avaliar nesta quinta-feira 9, em sessão conjunta da Câmara e do Senado, o veto parcial do presidente Lula (PT) ao projeto de lei do Marco Temporal para a demarcação de territórios no País.
A decisão do petista sobre o projeto é o 33º item da pauta da audiência, prevista para começar às 10h. Deputados e senadores avaliarão um total de 40 itens.
Ao sancionar a lei sobre reconhecimento, demarcação, uso e gestão de terras indígenas, Lula vetou o dispositivo central do projeto, a estabelecer que os povos indígenas só teriam direito às terras que ocupavam ou reivindicavam em 5 de outubro de 1988, data da promulgação da atual Constituição.
O presidente argumentou que a iniciativa do Legislativo contraria o interesse público e incorre em vício de inconstitucionalidade “por usurpar direitos originários” previstos na Constituição. Reforçou ainda que a tese do Marco Temporal já foi rejeitada pelo Supremo Tribunal Federal.
Lula impôs outros 16 vetos ao projeto, entre eles à proibição de ampliar terras indígenas já demarcadas e à possibilidade de contato com povos indígenas isolados para supostamente “prestar auxílio médico ou para intermediar ação estatal de utilidade pública”.
A proposta do Marco Temporal teve origem no PL 2.903/2023, apresentado pelo ex-deputado Homero Pereira (MT) e aprovado pelo Senado em setembro, sob relatoria de Marcos Rogério (PL-RO).
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Os Brasis divididos pelo bolsonarismo vivem, pensam e se informam em universos paralelos. A vitória de Lula nos dá, finalmente, perspectivas de retomada da vida em um país minimamente normal. Essa reconstrução, porém, será difícil e demorada. E seu apoio, leitor, é ainda mais fundamental.
Portanto, se você é daqueles brasileiros que ainda valorizam e acreditam no bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando. Contribua com o quanto puder.