Política

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Concubinato

A mídia agora faz de conta que não é com ela, mas foi parceira íntima do projeto político-ideológico da Lava Jato

Taquigrafia. Um jornalismo laudatório atuou como assessoria de imprensa de Moro. Quem levantava dúvidas era excluído do circuito dos vazamentos – Imagem: Arquivo/Agência Câmara
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Mídia corporativa e Operação Lava Jato. Duas instâncias com muito poder de mobilização. Duas instâncias sem controle externo. Duas instâncias que se alinharam, tornaram-se parceiras íntimas e contribuíram para colocar a política no banco dos réus no Brasil em tempos recentes. Neste mês de março, quando a primeira fase da Operação Lava Jato completa dez anos, relembrar essa parceria e seu modus operandi é fundamental para entender não apenas um momento histórico-político, mas os desdobramentos para o caminho democrático do País.

Como salientou o ministro Gilmar Mendes, em entrevista à BBC Brasil, “a Operação Lava Jato apoiou a eleição de Jair Bolsonaro, tentou interferir no resultado eleitoral e agiu para perturbar o País”. Essas ações, que não apenas perturbaram a nação, mas desestruturaram as instituições, não foram simples e não foram méritos apenas de Sergio Moro, o ex-juiz que se tornou ministro de Jair Bolsonaro, de Deltan Dallagnol e dos demais procuradores envolvidos. Essas ações que se desenrolaram a cada nova operação, quase 80 ao longo do tempo, foram fruto de um trabalho em parceria afinada com a mídia corporativa, que desde o começo da Lava Jato, em 2014, garantiu a espetacularização e a construção simbólica necessárias para transformá-la num monstro sem controle, a perseguir opositores, destruir ­reputações e condenar inocentes.

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