Política

Com rejeição em alta, Bolsonaro ataca Venezuela e diz que ‘não aceita’ que Lula tenha apoio ‘da maioria do povo’

Em Boa Vista (RR), o ex-capitão fez um aceno para sua militância e apostou em temas que tendem a marcar sua campanha à reeleição, em 2022

Foto: Reprodução/TV Brasil
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O presidente Jair Bolsonaro usou uma cerimônia em Boa Vista (RR), nesta quarta-feira 29, para atacar o ex-presidente Lula e a Venezuela. Em baixa nas pesquisas, o ex-capitão tornou a fazer um aceno à sua militância ao recuperar temas que tendem a pautar sua campanha à reeleição.

“Quem poderia imaginar, nos anos 90, que a riquíssima Venezuela, com recursos minerais incalculáveis, pudesse estar com seu povo na miséria como hoje em dia? Não foi de uma hora para outra, mas aos poucos. Governantes sem amor à liberdade e à democracia foram cooptando o povo com benefícios, com projetos sociais bastante polpudos, quando o petróleo batia 130 dólares o barril. Quando baixou a 30 dólares o barril, veio a realidade”, discursou Bolsonaro. “Aquele governo lá atrás, apoiado pelo presidente do Brasil naquela época, começou a impor a ditadura na Venezuela”.

Segundo o presidente, “não podemos deixar que isso aconteça em nosso Brasil”.

“Há pouco, assisti a um vídeo em que o Lula diz que o modelo econômico da China é o que deve ser imposto no Brasil. Obviamente, o primeiro passo que deveria ser feito no Brasil se esse cara viesse a ocupar a Presidência, para seguir o modelo chinês, seria acabar com a CLT, o 13º, as férias, o FGTS, a hora extra”, prosseguiu. “Não podemos aceitar que alguém que já foi presidente e se apresenta como candidato para voltar à Presidência com essa proposta tenha o apoio da maioria do povo brasileiro”.

Como de praxe, Bolsonaro não apresentou as fontes em que se baseou para tecer os ataques a Lula. A estratégia de centrar a ofensiva no petista, porém, se explica pelas recentes pesquisas de intenção de voto e de avaliação do governo.

Levantamento Datafolha divulgado em 16 de setembro indica que se mantém a tendência de alta na reprovação à atual gestão. 53% dos entrevistados classificam o governo como ruim ou péssimo, a maior marca desde o início do mandato, em janeiro de 2019. Na rodada anterior, de julho, eram 51%.

Em 22 de setembro, levantamento Ipec apontou que nada menos que 42% dos brasileiros em idade de votar acham que o governo é péssimo. Para outros 11%, é ruim. A soma das avaliações negativas chega a 53%, quatro pontos percentuais acima do registrado em junho, quando foi feita a pesquisa anterior.

Além de avaliar o governo como um todo, o Ipec perguntou aos entrevistados como veem o desempenho pessoal do presidente no comando do País. Nesse caso, as opiniões negativas são ainda mais dominantes: 68% afirmaram que desaprovam Bolsonaro e 28%, que aprovam.

Tanto no Datafolha quanto no Ipec, Lula aparece com folga na liderança das projeções para as eleições presidenciais de 2022.

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