Política

Com Bolsonaro, PF tem pior desempenho em apreensão de armas desde 2013

Após três anos e meio, gestão foi marcada por graves retrocessos e se distanciou da promoção de uma segurança pública democrática e efetiva

Foto: Carolina Antunes/PR
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O número de armas irregulares apreendidas pela Polícia Federal durante o governo do presidente Jair Bolsonaro (PL) foi o menor desde 2013. O levantamento foi feito pelo Instituto Sou da Paz, com dados de 2013 e 2021, obtidos por meio da Lei de Acesso à Informação. A informação é do UOL.

Durante o mesmo período, a quantidade de armamentos em circulação no País cresceu exponencialmente, principalmente depois de 2019, com a edição de decretos e portarias que ampliaram o acesso às armas de fogo para civis. 

Conforme dados do Sigma, até agosto existiam mais de 1,7 milhão de armas registradas para colecionadores, atiradores e caçadores. Entre julho e agosto deste ano, foram 37 mil novos registros. 

Já a média anual de apreensão realizada pela Polícia Federal diminuiu 11% na gestão do ex-capitão, em comparação com as realizadas no governo de Dilma Rousseff e na gestão de Michel Temer (MDB). 

A flexibilização ao acesso de armamentos promovidos por Bolsonaro fez crescer o número de laranjas usados por criminosos para comprar armas legalmente.  Atualmente, um CAC pode ter até 60 armas de fogo registradas de forma regular. 

O levantamento também apontou que foram feitas, durante 2019 e 2022, menos denúncias de crimes de tráfico internacional de armamento e comércio ilegal de armas de fogo pela Polícia Federal. 

Segundo dados das procuradorias regionais, no período, o número de denúncias foi de 20% a menos do que no governo Dilma e 30% menor do que na gestão Temer. 

Além disso, o no “Balanço da Segurança Pública do Governo Federal – Uma Análise dos Três anos e Meio da Política de Segurança”, o Sou da Paz apontou que a política de segurança foi “marcada por graves retrocessos e ficou muito distante da promoção de uma segurança pública democrática e efetiva”.

“Ao contrário, o governo Bolsonaro investiu em medidas de centralização do poder que resultaram em ingerências no funcionamento das instituições”, menciona. “Ele anulou, na canetada, por meio de dezenas de decretos e outras normas, avanços alcançados desde 2003 na política de controle de armas, gerando um aumento exponencial da circulação de armas no país”.

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