Política

Com articulação de Deltan, Câmara rejeita requerimento para ouvir Tacla Duran

Autor do pedido, o petista Jorge Solla (BA) afirmou que a oposição teme um depoimento do advogado

O deputado federal Deltan Dallagnol. Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados
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A Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara dos Deputados rejeitou nesta quarta-feira 12 um convite ao advogado Rodrigo Tacla Duran. O requerimento contou com a oposição de parlamentares ligados ao bolsonarismo, sob a liderança do ex-procurador Deltan Dallagnol (Podemos-PR). Houve 11 votos contrários e 8 a favor.

Em recente depoimento ao juiz Eduardo Appio, responsável pelos processos remanescentes da Lava Jato, Duran afirmou ter sido alvo de um “bullying processual” no âmbito da operação. Ele também declarou ter sido vítima de uma suposta tentativa de extorsão e citou Deltan e o senador e ex-juiz Sergio Moro (União-PR).

O requerimento partiu do deputado Jorge Solla (PT-BA). “Os parlamentares citados têm o inquestionável direito à presunção de inocência e cabe a Tacla Duran o ônus de provar as acusações, razão pela qual solicito que seja ouvido pelos membros da comissão”, escreveu o petista na justificativa.

Em uma de suas diversas intervenções ao longo da sessão, Deltan Dallagnol tentou condicionar a aprovação do requerimento sobre Tacla Duran ao endosso à abertura de uma CPI ou CPMI para investigar os atos golpistas do 8 de Janeiro.

“Faço um desafio: se vocês assinarem a CPI, para provar que não têm medo de coisa errada, eu assino aqui para vir o Tacla Duran, sem medo nenhum”, alegou. “Minha preocupação é que a gente não perca tempo com espuma.”

Minutos antes, porém, Deltan havia afirmado se opor ao convite e acusou Duran de “enganar as autoridades cerca de vinte vezes”. Na orientação do voto, ele tornou a recomendar a rejeição do requerimento.

Jorge Solla, por sua vez, ironizou a sugestão: “Ouvir Tacla Duran é tão importante, é tanto medo que vocês têm, que vocês só admitem trocá-lo por uma CPI inteira”.

Na última segunda 10, o ministro Ricardo Lewandowski decidiu manter no Supremo Tribunal Federal a apuração sobre as acusações de Duran. A determinação acolheu uma recomendação da Procuradoria-Geral da República.

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