Política

‘Coincidência ou não, tropas deixaram a fronteira’, diz Bolsonaro sobre sua viagem à Rússia

O governo de Vladimir Putin anunciou o fim de manobras militares e a retirada de parte de suas tropas da península anexada da Crimeia

Foto: Alan Santos/PR
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O presidente Jair Bolsonaro voltou a defender, nesta quarta-feira 16, sua decisão de viajar a Moscou no auge das tensões entre a Rússia e a Ucrânia. Também sugeriu a possibilidade de sua presença ter contribuído com a retirada de parte das tropas russas da fronteira, embora não tenha fornecido qualquer indício a sustentar tal associação.

Em entrevista coletiva, o ex-capitão minimizou eventual reação negativa por parte dos Estados Unidos, que se colocam contra a Rússia no conflito com a Ucrânia.

“O Brasil é um País soberano. Tivemos informações de alguns países que gostariam que o evento não se realizasse. A leitura que tenho do presidente Putin é que ele é uma pessoa que busca a paz, e qualquer conflito não interessa a ninguém no mundo”, afirmou Bolsonaro.

“Mantivemos a nossa agenda e, coincidência ou não, parte das tropas deixou as fronteiras. Ao que tudo indica, a grande sinalização é que o caminho para a solução pacífica se apresenta no momento para Rússia e Ucrânia”, acrescentou.

Nesta quarta, o governo de Vladimir Putin anunciou o fim de manobras militares e a retirada de parte de suas tropas da península anexada da Crimeia, onde a presença de soldados alimentou os temores de uma invasão.

“As unidades do distrito militar do sul finalizaram os exercícios táticos nas bases da península da Crimeia, retornando a suas bases permanentes”, afirmou o ministério russo da Defesa em um comunicado.

Na terça-feira 15, o ex-ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles disse nas redes sociais que a visita de Bolsonaro à Rússia ‘evitou a Terceira Guerra Mundial’ e sugeriu que o ex-capitão fosse agraciado com o Prêmio Nobel da Paz. Depois, afirmou se tratar de uma brincadeira.

A jornalistas, Bolsonaro ainda declarou que o encontro com Putin “demorou aproximadamente duas horas, foi bastante produtivo e teve até momentos de muita informalidade, com certas particularidades”. A tensão na Ucrânia, entretanto, não compôs a pauta, segundo o presidente brasileiro.

“Não entramos na questão específica de algumas questões regionais, mas a posição do Brasil é exatamente essa: o mundo é a nossa casa e Deus está acima de tudo. Os valores russos, em grande parte, estão em sintonia com os nossos do Brasil, em especial o cristianismo e a questão da defesa dos valores familiares.”

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