Entrevistas

Cientista político defende ‘revogaço’ de Lula e desmilitarização de cargos públicos

Uma auditoria realizada pela CGU em julho apontou indícios de irregularidades em pagamentos e ocupações de 2.327 militares e seus pensionistas

Créditos: Reprodução Redes Sociais
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O ex-ministro do Tribunal de Contas da União José Múcio desponta como o mais cotado para assumir o Ministério da Defesa no governo Lula (PT). Em meio à indefinição ministerial, no entanto, há muitos questionamentos sobre como a nova gestão petista deve se relacionar com os militares, que, em parte, apoiaram Jair Bolsonaro (PL) e angariaram cargos públicos na esfera administrativa federal.

Uma auditoria realizada pela Controladoria-Geral da União em julho deste ano apontou indícios de irregularidades em pagamentos e ocupações de 2.327 militares e seus pensionistas.

Em entrevista ao canal de CartaCapital no YouTube nesta terça-feira 6, Rodrigo Lentz, professor de Ciência Política da Universidade de Brasília e pesquisador do Instituto Tricontinental, foi taxativo ao defender a ‘desmilitarização’ dos cargos da administração pública, a partir de um revogaço presidencial.

“O governo [Lula] teria condições de implementar a desmilitarização de cargos de confiança política dentro da administração pública federal. O primeiro passo é: todos os cargos de natureza civil devem ser mantidos com civis, com servidores civis. As mudanças administrativas que possibilitaram transformar em natureza militar cargos civis devem cair via revogaço, que é um conjunto de atos normativos, decretos do Executivo, para auxiliar nessa despartidarização”, afirmou.

Lentz também se mostrou favorável a uma reforma, via Congresso Nacional, que imponha rígidos limites à participação político-partidária de militares da ativa.

“Hoje, um militar da ativa, com anuência do comando, pode passar até dois anos em um cargo de confiança, em um cargo político. Depois desse prazo, pode voltar à caserna e comandar uma tropa. Isso é extremamente nocivo, além de um incentivo à partidarização.”

Confira a entrevista na íntegra:

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