Política

Com Alckmin vice, Lula pode vencer ainda em 1º turno, avalia cientista político

Christian Lynch destaca ainda que a candidatura de Sergio Moro também pode contribuir para uma vitória antecipada do petista

Com Alckmin vice, Lula pode vencer ainda em 1º turno, avalia cientista político
Com Alckmin vice, Lula pode vencer ainda em 1º turno, avalia cientista político
Foto: Reprodução
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Para o cientista político e professor Christian Lynch, a composição de uma chapa entre o ex-presidente Lula (PT) e o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin é uma das melhores estratégias a ser adotada pela esquerda para derrotar Jair Bolsonaro (PL) ainda no primeiro turno. A declaração foi dada em entrevista ao programa Direto da Redação, boletim de notícias do canal de CartaCapital no Youtube nesta quarta-feira 15.

“É bom Lula fazer acenos com o centro, porque temos um problema: o fato de Bolsonaro estar na Presidência é uma ameaça à existência da democracia brasileira. Então, quanto mais for possível liquidar a fatura ainda no primeiro turno, melhor”, avalia.

“Se Lula faz esse aceno, e acho que ele vai fazer, ele pode realmente liquidar a fatura ainda no primeiro turno. ”, acrescenta o cientista político. “E a liquidação da fatura no primeiro turno destrói Bolsonaro e desmoraliza a família Bolsonaro.”

Para Lynch, uma vitória do petista no primeiro turno, além de representar uma derrota para a figura individual de do presidente, faz com que o Centrão, hoje ligado ao ex-capitão, se dissipe e passe a ter menos influência política no Brasil.

“Esses parasitas que parasitam o grande parasita, que é o Bolsonaro, vão abandoná-lo rapidamente. Seria uma vitória tão acachapante, que ela não poderia ser questionada.”

Sobre as críticas de setores da esquerda à união entre Lula e Alckmin, o professor pondera que, é preciso levar em conta que o setor está desgastado nos últimos anos e, portanto, não pode ‘subir no salto’ e se isolar.

“A gente está em uma situação mais complicada, 2022 não é 2018, mas 2022 também não é 2002 em termos de eleição”, disse. “A esquerda voltou em alguns lugares da América Latina, mas não como estava quinze anos atrás. Os governos à esquerda não estão tão à esquerda”, completou Lynch.

Lynch comentou ainda a possibilidade de Sergio Moro (Podemos) concorrer às eleições. Em sua avaliação, a esquerda pode ‘celebrar’ a candidatura do ex-ministro, pois ela irá ‘dividir a direita’ e ‘tirar votos de Bolsonaro’.

“Era para ter sido Moro o candidato em 2018, Bolsonaro é um parasita do sentimento criado pela Lava Jato naquele momento”, destacou. “Quanto mais a direita dividir votos, melhor. E é isso que Moro representa, uma disputa de votos com Bolsonaro o que pode ajudar a liquidar a fatura ainda no primeiro turno.”

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