Política

Celso de Mello prorroga inquérito que investiga Bolsonaro e expectativa sobre depoimento aumenta

Presidente deve responder por acusações feitas pelo ex-ministro Sergio Moro de que houve tentativa de interferência na PF

(Foto: Rosinei Coutinho/SCO/STF)
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A investigação que apura supostas interferências do presidente Jair Bolsonaro na Polícia Federal foi prorrogada por mais 30 dias pelo ministro Celso de Mello, decano do Supremo Tribunal Federal e relator do inquérito.

A decisão do ministro, que data desta quarta-feira 01, vem após pedido da PF para que se obtenha mais tempo em diligências investigatórias, como novos depoimentos, incluindo o do presidente da República devido ao avanço do caso. Leia o despacho de Celso de Mello. 

A investigação teve como ponto motriz as alegações que o então ministro da Justiça Sergio Moro fez ao deixar o cargo em 24 de abril. Na ocasião, Moro relatava que Bolsonaro queria trocar superintendentes da PF no Rio de Janeiro.

“Já tentei trocar gente da segurança nossa no Rio de Janeiro oficialmente e não consegui. Isso acabou. Eu não vou esperar f. minha família toda de sacanagem, ou amigo meu, porque eu não posso trocar alguém da segurança da ponta de linha que pertence à estrutura. Vai trocar; se não puder trocar, troca o chefe dele; não pode trocar o chefe, troca o ministro. E ponto final. Não estamos aqui para brincadeira”, disse o presidente na reunião ministerial do dia 22 de abril, que foi divulgada na íntegra posteriormente.

Esta já é a segunda vez que o decano adia o término do inquérito. No dia 08 de junho, ele também havia estendido o prazo por pedido da delegada Christiane Correa Machado, que preside o núcleo investigativo do caso.

A delegada tem interesse em colher o depoimento do presidente e já pediu a manifestação da Procuradoria-Geral da República e do STF sobre a possibilidade.

“As investigações se encontram em estágio avançado, razão pela qual nos próximos dias torna-se necessária a oitiva do senhor Jair Messias Bolsonaro”, escreveu Correa. Sergio Moro, ministros militares e até parlamentares do ciclo bolsonarista já foram ouvidos pela delegada.

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