Política

Celso de Mello autoriza que PGR recolha depoimento de três ministros de Bolsonaro

Luiz Eduardo Ramos, Augusto Heleno e Braga Netto deverão ser ouvidos em até 20 dias. Delegados da PF também terão depoimento recolhido

Foto: Rosinei Coutinho/SCO/STF
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O ministro do Supremo Tribunal Federal Celso de Mello autorizou, no fim da tarde desta terça-feira 05, que a procuradoria-geral da República colha depoimentos de três ministros de Estado do governo Bolsonaro e, também, de outras testemunhas no âmbito do inquérito aberto para apurar supostas irregularidades cometidas pelo presidente em relação ao comando da PF.

O pedido tinha sido feito pelo procurador-geral da República, Augusto Aras, que considerou ser necessário ouvir os ministros Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo), Augusto Heleno Ribeiro Pereira (Gabinete de Segurança Institucional da Presidência) e Walter Souza Braga Netto (Casa Civil). Com o parecer positivo do decano do Supremo, a PF tem até 20 dias para colher os depoimentos.

Além disso, Aras também havia solicitado a oitiva dos delegados da PF Maurício Valeixo (ex-diretor geral da PF), Ricardo Saadi (ex-superintendente do RJ), Carlos Henrique de Oliveira Sousa (ex-superintendente do RJ), Alexandre Saraiva (superintendente do AM), Rodrigo Teixeira (ex-superintendente de MG) e Alexandre Ramagem Rodrigues (diretor da Agência Brasileira de Inteligência). A deputada da base governista Carla Zambelli (PSL-SP) também será ouvida.

A decisão de Celso de Mello abrange, também, que o governo federal disponibilize para constar no inquérito a gravação da última reunião interministerial que Moro esteve presente antes de pedir demissão.

Segundo consta no depoimento do ex-ministro à PF, na ocasião, Bolsonaro teria ameaçado tirá-lo do cargo caso não pudesse trocar o superintendente do Rio de Janeiro (na época, Carlos Henrique Oliveira, que agora ocupa o cargo de vice-diretor em Brasília) ou receber relatórios “de inteligência e informação” por parte do órgão. Moro não afirma que Bolsonaro tenha feito pedidos ilegais e prefere deixar a interpretação à cargo da investigação.

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