Política

CCJ da Câmara discutirá voto impresso em audiência pública na semana que vem

Requerimento foi desengavetado pela presidente Caroline De Toni (PL-SC) um dia após a PF indiciar Jair Bolsonaro (PL) e outras 36 pessoas por tentativa de golpe

CCJ da Câmara discutirá voto impresso em audiência pública na semana que vem
CCJ da Câmara discutirá voto impresso em audiência pública na semana que vem
Bruno Spada/Câmara dos Deputados
Apoie Siga-nos no

A presidente da CCJ da Câmara, Caroline de Toni (PL-SC), desengavetou um pedido de parlamentares da direita e convocou audiência pública para discutir o voto impresso no colegiado. O encontro está previsto para ocorrer na manhã da próxima quinta-feira 28.

Uma das convidadas para tratar do tema é a ministra Cármen Lúcia, presidente do Tribunal Superior Eleitoral – ela ainda não confirmou participação. Giuseppe Gianninno, ex-chefe do setor de TI da Corte, e o desembargador federal Willian Douglas também foram chamados para falar, mas recusaram o convite e não comparecerão.

Apenas o engenheiro Amilcar Brunazo Filho e o procurador do Mato Grosso do Sul Felipe Marcelo Gimenez irão à audiência. O desembargador aposentado do TJ do Distrito Federal Sebastião Coelho foi convidado e ainda não respondeu – o magistrado ficou conhecido após ser afastado do cargo por endossar publicamente um golpe de Estado após as eleições de 2022.

O evento foi sugerido pelo bolsonarista Josué Medeiros, do PL do Mato Grosso. Apesar de o requerimento ter sido protocolado em maio, De Toni deu andamento à solicitação um dia após a Polícia Federal indiciar o ex-presidente Jair Bolsonaro e outras 36 pessoas no inquérito sobre a tentativa de golpe para impedir a posse de Lula (PT).

No documento, Medeiros justificou o pedido para discutir o voto impresso com base em um projeto de lei que tenta restabelecer o mecanismo no Brasil. Se aprovado, o texto em questão abriria caminho para a “a recontagem física dos votos nos pleitos para cargos eletivos federais, estaduais, distritais ou municipais”.

Há três anos, a Câmara derrotou uma proposta que tornava o voto impresso obrigatório em eleições, plebiscitos e referendos. À época, Bolsonaro e seus aliados mais próximos já haviam iniciado a ofensiva contra o sistema eleitoral brasileiro, com acusações sem provas de fraude nas urnas eletrônicas e insinuações de conluio por parte de integrantes da Justiça Eleitoral.

ENTENDA MAIS SOBRE: , , , , , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.

CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.

Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.

Leia também

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo