Justiça

CCJ da Câmara aprova proposta contra ações no STF por omissão do Congresso

O projeto tramita em caráter conclusivo – ou seja, a menos que haja um recurso, seguirá direto ao Senado

CCJ da Câmara aprova proposta contra ações no STF por omissão do Congresso
CCJ da Câmara aprova proposta contra ações no STF por omissão do Congresso
Plenário do STF. Foto: Gustavo Moreno/STF
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A Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira 28 um projeto que limita a autonomia do Supremo Tribunal Federal em temas nos quais o Congresso Nacional for omisso.

A proposta sobre as Ações Diretas de Inconstitucionalidade por Omissão partiu da deputada Chris Tonietto (PL-RJ) em 2020. As ADOs têm como objetivo fazer valer a norma constitucional nos casos em que seja necessária uma posição legislativa ou administrativa sobre a matéria.

O projeto tramita em caráter conclusivo – ou seja, a menos que haja um recurso, seguirá direto ao Senado, sem passar pelo plenário.

Segundo o texto original, não será objeto de ADO a matéria que tenha tramitado na Câmara ou no Senado, em qualquer fase, nos últimos cinco anos.

A versão do relator, Gilson Marques (Novo-SC), acrescenta que não caberá ADO para questionar a conveniência e a oportunidade de uma lei ou uma providência administrativa.

O relator alega que a proposta é uma ferramenta para barrar “crescentes incursões do STF na esfera política”. Ele citou como exemplo a ADO 26, julgada procedente pelo STF em 2019, reconhecendo a omissão do Congresso em criminalizar a homofobia e a transfobia, equiparando-as ao crime de racismo.

A deputada Erika Kokay (PT-DF), por outro lado, disse que a omissão do Parlamento, quando ocorre de forma dolosa, “representa vilipendiar ou ferir os preceitos e os conceitos principiológicos que constam da Constituição”.

Ela afirmou não se tratar de disputa entre Legislativo e Judiciário. “O que se quer aqui é cassar o direito da população, da sociedade civil, de buscar fazer valer o que está previsto na Constituição como um princípio. O direito de buscar que esses conceitos e esses princípios sejam traduzidos em realidade nas suas vidas.”

(Com informações da Agência Câmara)

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