Política
Carta em defesa da democracia já sofreu mais de 2 mil tentativas de ataques hackers
Manifesto faz críticas aos ataque de Bolsonaro às urnas eletrônicas e já recebeu mais de 220 mil assinaturas entre as quais constam representantes de grandes bancos e empresas


Em apenas dois dias desde o lançamento do site com a Carta em Defesa da Democracia, assinada por banqueiros, empresários, juristas e ex-ministros, o portal já recebeu mais de 2 mil tentativas de ataques de hackers. A informação é do procurador-geral do Ministério Público de Contas de São Paulo, Thiago Pinheiro Lima, um dos organizadores da iniciativa, ao site G1.
Ao todo, de acordo com Lima, foram 2.340 tentativas de invadir ou derrubar o sistema até o início da manhã desta quinta-feira 26. O manifesto publicado já conta com mais de 220 mil assinaturas. O texto, além da defesa da democracia, faz duras críticas a Jair Bolsonaro, em especial, no que diz respeito a sua posição infundada contra as urnas eletrônicas e ameaças golpistas.
Ainda segundo o procurador, nenhuma das tentativas até agora obteve sucesso, já que o site conta com mecanismos de segurança que estão funcionando em tempo integral. Antes de ir ao ar, os organizadores já esperavam as tentativas de derrubada do portal.
Ao G1 nesta quinta-feira, Lima ainda garantiu que parte dos ataques teve sua origem identificada e que as providências serão tomadas. Ele também informou que, além das 220 mil assinaturas, o portal já supera os 7 milhões de acessos desde que foi lançado. Uma versão do manifesto em inglês deve ser publicada ao longo do dia.
Na noite desta quarta-feira, ao receber o apoio do PP a sua reeleição, Bolsonaro tratou do tema. Incomodado, disse que a defesa da Democracia não precisaria de ‘cartinha’. “Vivemos num país democrático, defendemos a democracia, não precisamos de nenhuma cartinha para dizer que defendemos a democracia.”
Ele esteve ao lado de Arthur Lira (PP), presidente da Câmara dos Deputados, que, timidamente, disse acreditar no sistema eleitoral atacado pelo aliado. Esta foi a primeira vez que o parlamentar tratou do assunto, que se tornou obsessão de Bolsonaro após se ver em desvantagem nas pesquisas eleitorais.
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