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Cármen Lúcia defende urnas eletrônicas após Maduro dizer que sistema brasileiro não é auditável

Presidente da Venezuela não apresentou qualquer comprovação da sua afirmação; TSE vai enviar observadores para o pleito venezuelano, marcado para o próximo domingo 28

Cármen Lúcia defende urnas eletrônicas após Maduro dizer que sistema brasileiro não é auditável
Cármen Lúcia defende urnas eletrônicas após Maduro dizer que sistema brasileiro não é auditável
A presidente do TSE, Cármen Lúcia. Foto: G.Dettmar/CNJ
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A presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministra Cármen Lúcia, fez uma defesa do sistema eleitoral brasileiro, logo após o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, indicar, sem provas, que a votação no Brasil não era auditada.

A ministra tratou do tema em entrevista ao site G1, publicada nesta quarta-feira 24. “As urnas e as eleições brasileiras são auditadas, desde o início do seu processo até o seu final”, afirmou a presidente do TSE ao blog do jornalista Valdo Cruz.

Ela reforçou que jamais foram “comprovados quaisquer tipos de fraudes e erros”, chamando a atenção para o fato de que a Justiça Eleitoral do País “é confiável e pode contar com a confiança da população”.

Em meio a um momento-chave da campanha presidencial venezuelana – o pleito está marcado para o próximo domingo 28 -, Maduro vem ampliando a zona de conflito, incluindo a sua posição frente ao Brasil.

Em um comício na última terça-feira 23, ele questionou a segurança do sistema brasileiro. “Temos dezesseis auditorias […] Em que outra parte do mundo fazem isso? Nos Estados Unidos, é inauditável o sistema eleitoral. No Brasil, não auditam um registro. Na Colômbia, não auditam nenhum registro”, afirmou. 

Diferentemente do que afirmou Maduro, as eleições no Brasil passam por processos de auditoria. Por lei, partidos políticos e entidades podem acompanhar as distintas etapas de verificação de segurança. 

A ira de Maduro ocorre no momento em que o pleito venezuelano é questionado por parte da comunidade internacional, que exige que a eleição seja transparente.

O governo Lula (PT), por exemplo, é um dos entusiastas do cumprimento do Acordo de Barbados, firmado em outubro do ano passado, que estabeleceu a data do pleito e as condições para que o resultado eleitoral fosse respeitado. Um das condições do acordo estabelece a presença de observadores internacionais no país sul-americano. 

O TSE, institucionalmente, decidiu voltar atrás da decisão de não enviar observadores a Caracas e, na semana, anunciou os nomes de Sandra Damiani e José de Melo Cruz como enviados. Ambos são, respectivamente, chefe da Assessoria de Gestão Eleitoral do tribunal e membro da Coordenadoria de Sistemas Eleitorais.

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