Política
Capa da ‘Economist’ aponta Bolsonaro como ameaça à democracia brasileira
Diante dos diversos sinais que indicam a derrota do ex-capitão nas urnas, aponta a revista, Bolsonaro já estaria preparando sua “Grande Mentira”
A edição mais recente da revista britânica The Economist trouxe na capa o presidente brasileiro Jair Bolsonaro, apontado pela revista como “O Homem que quer ser Trump”.
Diante dos diversos sinais que indicam a derrota do ex-capitão nas urnas, aponta a publicação, Bolsonaro já estaria preparando sua “Grande Mentira”, inspirada nas táticas do ex-presidente americano, que contesta o resultado das urnas.
A Economist sublinha que, apesar da segurança do sistema eleitoral brasileiro, Bolsonaro insiste em descredibilizar as pesquisas e as urnas, dizendo que está próximo da vitória e que a votação, pode, de alguma forma, estar sendo manipuladas contra ele.
“Ele não oferece nenhuma evidência confiável, mas muitos de seus apoiadores acreditam nele”, cita trecho da matéria de capa. Segundo o texto, Bolsonaro “parece estar lançando as bases retóricas para denunciar a fraude eleitoral e negar o veredicto dos eleitores.”
A publicação ainda diz que o atual chefe do Executivo brasileiro segue a mesma cartilha sem princípios de Trump, semeando a divisão e colocando seus adversários na posição de inimigos a serem exterminados.
“Ele [Bolsonaro] pode operar dentro de um sistema democrático, mas está constantemente procurando maneiras de escapar de seus restrições”, diz o texto.
Lula também é citado na matéria como um candidato longe do ideal, mas dentro do “normal” e defensor da democracia, o contraponto do atual presidente.
Apesar de trazer um possível alerta do golpe, a publicação coloca a hipótese como pouco provável, mas não descarta algum tipo de insurreição violenta provocada por Bolsonaro.
A participação das forças de segurança brasileira em uma possível ação para impedir a posse do vencedor do pleito também é questionada.
“Os seguidores de Bolsonaro estão mais bem armados do que nunca: desde que ele tomou posse, brechas foram ampliadas no controle de armas e o número de armamentos na mãos de civis dobrou. Se o Tribunal Superior Eleitoral do Brasil anunciar que Lula venceu, bolsonaristas armados podem atacar o tribunal. A questão é de que lado as forças de segurança ficariam”, cita trecho.
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