Política

Candidata à reeleição em Bauru (SP) é vítima de ‘deepfake’ em campanha

Suéllen Rosim (PSD) registrou um Boletim de Ocorrência (BO) para tentar identificar os autores das imagens falsas que circulam nas redes; as fotos, em que ela aparece nua, foram geradas por inteligência artificial

Candidata à reeleição em Bauru (SP) é vítima de ‘deepfake’ em campanha
Candidata à reeleição em Bauru (SP) é vítima de ‘deepfake’ em campanha
A prefeita de Bauru, Suéllen Rosim. Foto: Ricardo Botelho/Ministério da Infraestrutura
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Um caso de uso de deepfake – um mecanismo de Inteligência Artificial (IA) – foi registrado na disputa pela prefeitura de Bauru (SP). 

Na última quarta-feira 18, a candidata à reeleição, Suéllen Rosim (PSD), registrou Boletim de Ocorrência (BO) após uma foto sua, em que ela aparentemente aparece nua, começou a circular nas redes sociais. Segundo a candidata, que publicou um vídeo nas redes para tratar do tema, a imagem foi feita através do uso de IA. 

O deepfake é uma técnica usada para alterar uma foto ou um vídeo com IA. O rosto de uma pessoa pode ser trocado pelo de outra em uma imagem adulterada, por exemplo, assim como a fala de uma pessoa pode ser modificada, criando uma espécie de realidade distorcida.

Aos seus eleitores, Suéllen mandou “um recado” ao responsável pela divulgação do vídeo falso. Ela lembrou que as pessoas que compartilham conteúdos dessa natureza podem estar sujeitas a punições pela lei.

“Mais uma vez tentaram manchar a minha imagem, desta vez fazendo circular uma ‘deepfake‘, ou seja, uma montagem manipulada por meio de inteligência artificial, de uma mulher nua com o meu rosto. Uma atitude criminosa e repugnante, coisa de gente mau-caráter”, disse a prefeita, por meio de nota. 

O principal candidato de oposição, Dr. Raul (Podemos), disse que “é lamentável ver a política descendo a níveis tão baixos”. Ele disse que repudia o ataque sofrido por Rosim e indicou que, mesmo concorrendo à eleição, sempre defenderá “o respeito e a seriedade no debate público”. “A política deve ser uma disputa de propostas, não de ofensas”, afirmou o candidato.

Justiça eleitoral proíbe ‘deepfake

Diante do avanço do uso de ferramentas de IA e as suas consequências para nas eleições, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) se antecipou ao pleito municipal deste ano e, no último mês de fevereiro, decidiu estabelecer as regras sobre como o mecanismo pode ser usado em propaganda eleitoral.

A Justiça Eleitoral publicou uma resolução em que, entre outros pontos, proíbe deepfakes e obriga as campanhas a informarem sobre o uso de IA na propaganda eleitoral. 

Segundo o TSE, o deepfake é “conteúdo sintético em formato de áudio, vídeo ou combinação de ambos, que tenha sido gerado ou manipulado digitalmente, ainda que mediante autorização, para criar, substituir ou alterar imagem ou voz de pessoa viva, falecida ou fictícia”.

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