Caminhões que participaram de atos golpistas foram usados para tráfico de drogas, diz jornal

As informações constam no documento da PRF encaminhado ao Supremo Tribunal Federal

Foto: Mauro PIMENTEL/AFP

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Alguns dos caminhões usados por bolsonaristas para bloquear estradas após a derrota de Jair Bolsonaro (PL) para Lula (PT) são os mesmos veículos utilizados para traficar drogas e transportar produtos contrabandeados e de crimes ambientais.

As informações foram reveladas pelo jornal Folha de S. Paulo, que teve acesso a um documento da Polícia Rodoviária Federal encaminhado ao Supremo Tribunal Federal.

Um dos veículos pertence à Sipal Indústria e Comércio, listada como uma das financiadoras dos movimentos golpistas. Os donos tiveram, inclusive, as contas bloqueadas por determinação de Alexandre de Moraes.

Um caminhão da empresa teria sido apreendido em outubro por transportar 2,9 toneladas de maconha e 103 quilos de skank em Palhoça, Santa Catarina. Oito veículos da Sipal foram registrados nos atos golpistas. Alguns, vale lembrar, foram financiados pelo BNDES.

Outros líderes dos protestos com contas bloqueadas por Moraes e com veículos envolvidos em crimes em meses anteriores são da Bedin. O caminhão usado por eles para bloquear as estradas já foi usado para transportar contrabandos em 2018. Ele trazia, do Paraguai, uma carga ilegal de cigarros.

Vanteir Pereira da Silva é outro líder golpista na mira da Justiça que tem um veículo que participou de outros ilícitos além dos protestos. Em dezembro de 2021, o caminhão registrado em seu nome foi pego transportando produtos de crime ambiental no Mato Grosso. O motorista do veículo, na ocasião, foi autuado por transportar, adquirir e vender madeira, lenha e carvão sem licença válida.


O jornal entrou em contato com os três citados pela PRF ao Supremo, mas não obteve resposta em nenhum dos casos. Parte dos veículos que bloqueavam as estradas após a derrota de Bolsonaro foram levados a Brasília para integrar o ato golpista que se acumula em frente ao quartel do Exército.

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1 comentário

Adailton Ferreira da Silva 14 de dezembro de 2022 12h48
Parece que o golpismo está no DNA dessas figuras, é algo atávico e frequente na história brasileira.

Um minuto, por favor…

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