Educação

Câmara dos Deputados aprova texto-base do Novo Ensino Médio

Texto prevê a manutenção das 3.000 horas de ensino ao longo do ensino médio

Foto: Mario Agra/Câmara dos Deputados
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A Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira 20, em votação simbólica, o texto-base do projeto de lei do Novo Ensino Médio.

O Plenário rejeitou todos os destaques apresentados pelos partidos na tentativa de mudar trechos do texto e o projeto agora vai ao Senado.

Uma das principais vitórias do governo é a manutenção das 3.000 horas de ensino ao longo do ensino médio, sendo:

  • 2.400 horas de formação geral básica para curso regular e outras 600 horas para os itinerários formativos;
  • 1.800 horas de formação geral básica para curso técnico e outras 1.200 específicas para curso técnico.

No caso do curso regular, para completar a carga total nos três anos, os alunos terão de escolher uma área para aprofundar os estudos, escolhendo um dos seguintes itinerários formativos:

  • linguagens e suas tecnologias;
  • matemática e suas tecnologias;
  • ciências da natureza e suas tecnologias; ou
  • ciências humanas e sociais aplicadas.

O ministro da Educação, Camilo Santana, acompanhou a votação da proposta e disse que o diálogo garantiu o retorno das 2.400 horas de formação geral básica, a essência do projeto, segundo ele.

“Garantimos a formação geral básica boa, retomando a carga horária, e também garantimos o ensino técnico profissionalizante, que é o que queremos avançar no Brasil”, disse.

Ele afirmou que, durante a consulta pública feita pelo Ministério da Educação em 2023, 80% dos estudantes defenderam o ensino técnico profissionalizante integrado com o ensino médio.

O projeto aprovado é uma alternativa à reforma do ensino médio estabelecida em 2017, que previa 1,8 mil horas para a formação básica, com 1,2 mil para os itinerários formativos, que são as disciplinas que o aluno escolhe para se aprofundar a partir do que lhe é ofertado. O governo atual enviou uma nova proposta ao Parlamento, estabelecendo a formação básica mínima de 2,4 mil horas.

O substitutivo aprovado mantém como opcional a oferta da língua espanhola. Também mantém a possibilidade de contratar profissionais com notório saber, sem formação em licenciatura, para disciplinas do itinerário técnico profissionalizante.

Críticas

Alguns parlamentares criticaram pontos do projeto aprovado, como a possibilidade da atuação de profissionais com notório saber na formação profissional e técnica e a carga horária menor para o ensino técnico.

O deputado Tarcísio Motta (PSOL-RJ) disse que o estabelecimento de 1,8 mil horas para o ensino técnico vai resultar na precarização dessa modalidade. “Teremos dois ensinos médios, um da formação geral que poderá ser integral, e outro da formação técnica, que será precarizada, porque essa será para pobre”, criticou.

A deputada Sâmia Bomfim (PSOL-SP) também criticou a regra que diz que a oferta de formação técnica e profissional poderá ser feita mediante cooperação técnica entre as secretarias de educação e as instituições credenciadas, preferencialmente públicas.

“Na prática, isso significa que eles vão preferir fazer com a rede privada. e a gente sabe quais são os setores que fazem lobby desde a aprovação do novo ensino médio”, disse.

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