Política

Caixa pagou obras em mansão de Pedro Guimarães em Brasília

A iluminação do jardim do imóvel alugado em frente ao lago Paranoá custou cerca de R$ 50 mil e foi custeada pelo banco

O presidente da Caixa, Pedro Guimarães, durante cerimônia de posse aos presidentes dos bancos públicos
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A Caixa Econômica Federal pagou a reforma da iluminação dos jardins da mansão alugada por Pedro Guimarães, ex-presidente do banco, em área nobre de Brasília. Com vista para o lago Paranoá, um dos cartões postais da cidade, a casa recebeu postes no valor de 50 mil reais custeados pela estatal. As informações são do jornal Folha de S. Paulo.

As obras foram confirmadas pelo banco que alegou ter autorizado o serviço por questões de segurança. Quem executou o serviço foi a empresa EMIBM Engenharia, que tem contrato de 16,3 milhões de reais para fazer manutenção em agências bancárias e prédios da Caixa.

Além da Caixa, o advogado de Guimarães, José Luis Oliveira Lima, também confirmou a execução da obra. A justificativa do criminalista é a mesma usada pelo banco: ‘questão de segurança’. A Caixa e o advogado citam ameaças que Guimarães teria sofrido na ocasião por falsários do auxílio emergencial.

Fotos obtidas pela Folha mostram ainda os funcionários da empresa na mansão de Guimarães realizando o serviço e prints de conversas comprovam a autorização dada pela diretora de Logística e Segurança do banco, Simone Benevides de Pinho Lima.

A reportagem ainda registra outra tentativa de Guimarães de repassar custos de melhorias na sua mansão para o banco. Ele pretendia instalar uma cerca para separar a casa do lago, mas a obra foi barrada pelo setor, que, na época, ainda não era comandado por Simone Benevides.

A empresa responsável pelo serviço alegou confidencialidade do contrato e não forneceu mais detalhes da obra. Já o funcionário responsável pela instalação disse que, ‘salvo engano’, foram colocados 11 postes de iluminação. O custo, segundo funcionários do banco, foi de cerca de 50 mil reais.

Pedro Guimarães deixou a presidência da Caixa na última quarta-feira 29 após uma série de relatos de assédios sexual e moral serem revelados. O caso se tornou alvo de investigação interna do banco, bem como de apurações do Ministério Público Federal, do Ministério Público do Trabalho e do Tribunal de Contas da União.

Além dos assédios, Guimarães ainda é suspeito de quebrar a Lei das Estatais ao ocupar cargos remunerados em 21 conselhos administrativos de empresas ligadas ao banco. Ao todo, seu salário superou a cifra de 230 mil reais, conforme apuração do site R7. O caso levou o MP junto ao TCU pedir averiguação específica contra o ex-presidente da Caixa.

Além dele, o então vice-presidente do banco, Celso Leonardo Barbosa, também pediu demissão após ser alvo de denúncias de assédio sexual e moral. Na segunda-feira, a nova presidente, Daniella Marques, decidiu afastar Antônio Carlos Ferreira, outro vice da Caixa, e o ex-chefe de gabinete e outros cinco consultores estratégicos ligados a Guimarães.

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