‘Cada vez mais azedo e odiento’, diz Cid Gomes sobre o clima no PDT

Horas antes, a Executiva Nacional da legenda decidiu tomar para si as competências do diretório do Ceará durante reunião em Brasília

Racha na família Gomes - Cid e Ciro brigaram nas eleições de 2022 e agora travam nova disputa pelo comando do PDT no Ceará - Waldemir Barreto/Agência Senado

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O senador Cid Gomes, do PDT do Ceará, afirmou que o clima no partido é “azedo, odiento e passional”, mas negou a possibilidade de deixar a sigla. A declaração foi concedida horas depois de a Executiva Nacional decidir, por sete votos a zero, tomar para si as competências do diretório cearense, durante reunião em Brasília.

Atualmente, o diretório estadual está sob o comando do deputado federal André Figueiredo, também presidente interino da legenda no País.

A crise pedetista remete à disputa pelo governo cearense em 2022, mas tem como pano de fundo o racha entre os irmãos Cid e Ciro Gomes e mira as eleições municipais do ano que vem.

A ala ligada a Cid articulou a realização de uma assembleia na próxima sexta-feira com objetivo de destituir Figueiredo da presidência do diretório. Agora, com a decisão da Executiva Nacional, o encontro não deve acontecer.

“Nunca manifestei a ninguém, nunca procurei ninguém. Disseram que eu tinha procurado o Kassab (presidente do PSD), depois disseram que eu ia para o Podemos, tudo para nos indispor, a mim e um grupo que eu estou instado a representar. Não tenho vaidade de ser presidente, não achem que isso para mim é um troféu”, afirmou o senador nesta segunda.

Cid ainda afirmou ter se mantido em silêncio sobre as divergências nas eleições de 2022 devido à sua relação com Ciro.


“Tive um gesto de respeito à fraternidade a que eu não queria por fim com o Ciro. Em respeito a isso, me recolhi, achando que depois as coisas (iam melhorar), mas infelizmente não é o que houve. Cada vez mais azedo, cada vez mais odiento, cada vez mais passional está o clima no PDT.

Em 2022, Ciro defendia lançar o ex-prefeito de Fortaleza Roberto Cláudio ao governo, enquanto Cid apoiava Izolda Cela, então governadora – que também contava com apoio dos petistas. A decisão do PDT de ter candidato próprio pôs fim à aliança com o PT e aprofundou a cisão no clã Ferreira Gomes.

“Nem o resultado da eleição foi capaz de fazer com que esse segmento mais radical do partido compreendesse o equívoco estratégico, o erro histórico que fizeram”, completou Cid.

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