O candidato do PSOL à Prefeitura de São Paulo, Guilherme Boulos, fez um pronunciamento na noite deste domingo 15, diante da projeção de que irá ao segundo turno contra o atual prefeito e candidato à reeleição, Bruno Covas (PSDB). “Depositaram sonhos nas urnas e não ódio”, disse o líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) na abertura de seu discurso.
Com 57,7% das urnas apuradas, Covas aparece com 32,81% dos votos válidos, contra 20,35% de Boulos. O terceiro colocado, Márcio França (PSB), tem 13,65%.
Segundo Boulos, a chapa composta por ele e pela ex-prefeita Luiza Erundina mostrou durante a campanha que “é possível voltar a fazer política sem desistir dos sonhos. Com esperança, brilho no olho e verdade”.
O psolista também relembrou a diferença no tempo de exposição entre a sua campanha e a de Covas. “Tínhamos 17 segundos na TV, contra quase quatro minutos do atual prefeito. Não temos e não queremos o apoio de máquinas do governo federal, do governo do estado e da Prefeitura. Imaginem agora, no segundo turno, com tempo igual na TV, com 10 minutos por dia, para que a gente possa apresentar a nossa mensagem. Com debates olho no olho, em todas as emissoras, para mostrar o descaso e o abandono em que esta cidade está”, prosseguiu.
Segundo Boulos, a marca de sua gestão será a “inversão de prioridades”. “Tirar a cidade e a periferia do abandono. No primeiro turno, vencemos Bolsonaro, o projeto de ódio, de atraso e mentira. Agora, no segundo turno, vamos vencer o João Doria. Porque é ele, que de verdade, governa a cidade de São Paulo”, afirmou.
Ele também aproveitou o pronunciamento para rebater o discurso feito pouco antes por Covas, que falou em “vencer os radicais no segundo turno”.
“Radicalismo, para mim, é a cidade mais rica do país ter gente que revire o lixo pra comer. É, no meio de uma pandemia, ter uma Prefeitura que mantém hospitais fechados ou parcialmente abertos. Radicalismo é o abandono do povo em uma cidade como São Paulo. O que está em jogo é se vai vencer a mesmice, os que levaram a cidade ao abismo, ou se vai vencer a esperança, um projeto de futuro”.
Na reta final do discurso, Boulos afirmou que sua candidatura chegou ao segundo turno em uma “onda”.
“E essa onda vai crescer. Vai contagiar a cidade. Tenho muita confiança de que, nos próximos 15 dias, São Paulo vai virar a página do abandono, dos esquemas, do descaso, do elitismo. Que seja a capital da democracia! Que seja aquilo que o povo de São Paulo merece”, finalizou.
Para proteger e incentivar discussões produtivas, os comentários são exclusivos para assinantes de CartaCapital.
Já é assinante? Faça login