Política

Boulos diz que ‘não foi possível construir unidade’ em apoio à sua candidatura ao governo de SP

‘Não vou ter uma candidatura que cumpra o papel de dividir a esquerda’, declarou o líder do MTST em entrevista a CartaCapital

Guilherme Boulos (PSOL), líder do MTST. Foto: Reprodução/Twitter
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O pré-candidato a deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP) declarou que desistiu de sua candidatura ao governo de São Paulo por ter se convencido da necessidade de criar uma bancada forte do campo progressista no Parlamento e por não ter sido possível construir uma unidade em torno do seu nome.

“Nós precisamos disputar o Congresso Nacional”, declarou Boulos em entrevista ao programa Direto da Redação, no canal de CartaCapital no YouTube, nesta terça-feira 22. “Depois de eleger Lula, vamos precisar garantir condições para avançar no papel do Estado para o investimento público, numa reforma tributária que taxe fortunas, numa agenda ambiental ousada, para revogar a reforma trabalhista e o teto de gastos.”

Na sequência, Boulos disse que havia se colocado na tarefa de disputar o governo paulista para “enfrentar o Tucanistão”, em referência ao longo período do PSDB no comando do estado. Porém, não obteve apoio suficiente para a sua candidatura.

“Não foi possível construir uma unidade em torno da nossa candidatura, que era a aposta, era o nosso desejo, é o que eu busquei fazer durante todo o ano passado”, disse Boulos. “Eu não vou ter uma candidatura que cumpra o papel de dividir a esquerda num momento tão grave como esse.”

O líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto disse considerar como legítima a iniciativa de lançar candidaturas para “disputar posições”, mas vê a derrota do presidente Jair Bolsonaro (PL) como prioritária no cenário atual. Ele respondeu ainda às críticas do deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ), que havia declarado em entrevista a CartaCapital que considera um “erro feio” o apoio de Boulos a Lula.

“Estamos com posições bem opostas neste momento”, disse Boulos. “Glauber acha que este é um momento para lançar uma candidatura própria para que o PSOL demarque uma posição política. Eu acredito que este é um dos momentos mais graves da história nacional e que é necessário unir esforços para tirar Bolsonaro a qualquer custo do Palácio do Planalto. E tenho convicção de que o Lula é quem melhor representa essa possibilidade.”

Confira, a seguir, a entrevista na íntegra.

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