Política

Bolsonaro volta a atacar Moraes e diz que Brasil pode ter ‘problemas’ nas eleições de 2022

O presidente mencionou suposto acordo para hacker sumir com 12 milhões de votos em sua candidatura, há três anos: ‘Não sei se é verdade’

O presidente da República, Jair Bolsonaro. Foto: Reprodução
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O presidente Jair Bolsonaro criticou o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, pela abertura de uma nova investigação no Inquérito das Fake News, relacionada ao vazamento de um inquérito sigiloso sobre uma invasão hacker ao sistema eleitoral em 2018. Durante transmissão ao vivo nesta quinta-feira 12, Bolsonaro se queixou da decisão por incluir o delegado Victor Neves Feitosa Campo, da Polícia Federal, no rol de investigados.

 

Segundo o presidente, Moraes deveria ter apurado a suposta interrupção na apuração sobre invasão hacker entre abril e novembro daquele ano. A invasão é alvo de um inquérito aberto na PF a pedido do própro TSE e levado a público nos últimos dias pelo presidente da República, durante entrevista à Jovem Pan. Não há, no entanto, provas de que a invasão provocou fraude na eleição de 2018.

Bolsonaro também criticou diretamente o ministro Luís Roberto Barroso, presidente do TSE, e sugeriu que a Corte Eleitoral foi conivente com a invasão e com a suposta interrupção na investigação. O presidente da República declarou ainda que havia um acordo para que o hacker sumisse com 12 milhões de votos em sua candidatura.

“Não tenho provas e não sei se é verdade”, admitiu. “Em vez de Moraes e Barroso colaborarem com as investigações, chamarem o delegado e perguntarem por que parou o processo, a decisão de Moraes é afastar o delegado?”, questionou.

Bolsonaro declarou também que suspeita de “interferência do TSE” na Polícia Federal e disse que “não é a primeira vez que se tem notícias de possíveis fraudes”.

“Estou falando de democracia, essa democracia de descobrirem que o hacker ficou oito meses no coração da informática do TSE e ninguém sabia de nada. Será que ninguém sabia de nada?”, disse o presidente.

Na mesma transmissão ao vivo, Bolsonaro voltou a afirmar que o Brasil pode viver “problemas” nas eleições de 2022, que ele deve disputar contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

“Vamos ter eleições? Vamos ter eleições. Mas eleições limpas, eleições democráticas. Tem que ter eleições com contagem pública de votos”, disse Bolsonaro. Momentos depois, deu um recado a deputados que votaram contra o voto impresso na Câmara: “Pode haver sim problemas por ocasião das suas eleições em 22. Você vai reclamar para quem? Se for para o TSE, a resposta vai ser padrão, as urnas são confiáveis. Se entrar com um recurso no Supremo, nem sei se vai caber ou não, não vai ser julgado. Quem é que essas pessoas querem eleito no ano que vem?”, disse.

Com a decisão desta quinta, Bolsonaro é alvo da 2ª investigação no Inquérito das Fake News. O presidente entrou na 1ª investigação em 4 de agosto, quando Moraes ordenou a abertura de apuração por ocasião da live em que o chefe do Planalto prometeu – mas não cumpriu – revelar provas de fraude no sistema eleitoral.

O ministro Dias Toffoli também acaba de pedir manifestação da Procuradoria-Geral da República sobre as acusações de fraude no pleito de 2018, por pedido do senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE). O parlamentar enxerga possíveis crimes contra a honra, crimes de responsabilidade e crimes comuns cometidos pelo presidente.

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