Política

Bolsonaro trabalhou, em média, menos de três horas por dia em junho

No mês em que o Brasil ultrapassou as 500 mil mortes pela Covid-19, o presidente dedicou só 83 horas a compromissos de trabalho oficiais

Foto: Reprodução/Redes Sociais
Apoie Siga-nos no

O presidente Jair Bolsonaro afirmou na tarde da quinta-feira 8 que a sua agenda anda ‘meio folgada’. A declaração foi feita a apoiadores, para os quais o presidente dedicou cerca de 50 minutos em conversa no ‘cercadinho’ do Palácio da Alvorada.

CartaCapital decidiu, então, conferir se a agenda do presidente estava mesmo pacata e se a afirmação não se tratava de mais uma fake news. A conclusão é: Bolsonaro, desta vez, falou a verdade.

Em junho, por exemplo, mês em que o Brasil ultrapassou a triste marca de 500 mil mortes pela Covid-19, o presidente dedicou apenas 83 horas e 25 minutos ao trabalho, ao menos segundo os registros oficiais. A reportagem descontou as horas de deslocamento que, também conforme sua agenda oficial, somam cerca de 31 horas e 8 minutos no mês.

Os números confirmam a narrativa de Bolsonaro. Não é incomum, contudo, que chefes de Estado omitam encontros de sua agenda oficial. Não existe previsão legal que obrigue a publicidade de compromissos e encontros do presidente e do vice-presidente.

Ainda assim, o registro oficial de 83 horas de trabalho é muito pouco perto da jornada média do brasileiro, que trabalha cerca de 220 horas por mês. Por 8 dias, Bolsonaro não teve nenhum compromisso na agenda oficial. Chama a atenção o período entre os dias 3 e 6 de junho, com zero hora trabalhada.

Quem quiser acompanhar a ‘folgada’ agenda oficial do presidente Jair Bolsonaro pode acessar o próprio site oficial do governo federal ou recorrer ao robô ‘O Presidente trabalhou hoje?’, na @bot_agenda_pr no Twitter, que diariamente calcula as horas trabalhadas por Bolsonaro.

ENTENDA MAIS SOBRE: ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Os Brasis divididos pelo bolsonarismo vivem, pensam e se informam em universos paralelos. A vitória de Lula nos dá, finalmente, perspectivas de retomada da vida em um país minimamente normal. Essa reconstrução, porém, será difícil e demorada. E seu apoio, leitor, é ainda mais fundamental.

Portanto, se você é daqueles brasileiros que ainda valorizam e acreditam no bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando. Contribua com o quanto puder.

Quero apoiar

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo