Bolsonaro tem relógio com diamantes, esmeraldas e rubis e 3 esculturas luxuosas no acervo pessoal, diz jornal

Todos os itens foram dados pelos Emirados Árabes e não há registros oficiais do valor nos documentos de incorporação ao acervo do ex-capitão

Foto: JOE RAEDLE / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / Getty Images via AFP

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O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) incorporou pelo menos outros cinco presentes de luxo dados pelos Emirados Árabes Unidos ao seu acervo pessoal sem registrar o valor dos itens. As informações são do jornal O Globo desta segunda-feira 5.

De acordo com a publicação, os itens luxuosos já estão na mira da Polícia Federal, que apura a tentativa ilegal do ex-capitão e seus aliados de incorporarem joias sauditas aos itens pessoais. Os agentes, diz o jornal, já solicitaram mais informações sobre os cinco itens suspeitos. São eles:

  • Um relógio de mesa cravejado de diamantes, esmeraldas e rubis;
  • Uma escultura de animais em aço, prata, ouro e diamantes;
  • Uma escultura de navio em metal;
  • Uma escultura de um falcão em madeira e metal;
  • Um incensário de madeira dourada.

Segundo o jornal, todos os itens são presentes destinados a Bolsonaro em duas viagens diferentes aos Emirados Árabes. A primeira delas ocorreu em outubro de 2019 e a segunda em novembro de 2021.

Como citado, não é possível saber o valor de cada um dos itens, uma vez que eles foram incorporados ao acervo pessoal de Bolsonaro sem que a avaliação fosse registrada. O modus operandi é semelhante ao que foi tentado no caso das joias sauditas.

O relógio é o item que mais chama a atenção. De acordo com o Gabinete Adjunto de Documentação Histórica da Presidência, a peça tem mais de 60 centímetros de altura e foi feita em prata de lei, é banhada a ouro e possui diamantes, esmeraldas e rubis cravejados. Há ainda outros adornos em prata e ouro. Bolsonaro ganhou o item do príncipe dos Emirados Árabes Unidos, Mohamed Bin Zayed Al Nahyan.

A escultura que aparenta ser a mais luxuosa é descrita pelo GADH como uma peça que representa diversos animais fabricados em aço, prata, ouro e diamante. No item há uma bandeira dos EAU cercada por diamantes. O item teria sido dado por Mansour Bin Zayed Al Nahyan, vice-ministro.


As outras duas esculturas e o incensário são de madeira, mas com metais na cor prata e dourado. Não fica claro a composição pela descrição do GADH. A falta de detalhes motiva a suspeita sobre os itens e o pedido de informações feito pela PF. Todas as cinco peças estão na casa do ex-piloto de Fórmula 1, Nelson Piquet, onde Bolsonaro mantém seu acervo desde que foi derrotado na última eleição.

A defesa de Bolsonaro nega irregularidades no itens e diz que o acervo está a disposição do Tribunal de Contas da União (TCU), que, segundo os advogados, deve indicar o que pode ficar no acervo e o que deve ser devolvido.

A apuração dos presentes luxuosos ocorre após a revelação da tentativa de incorporar ao menos três kits de joias de alto valor dados pela Árabia Saudita ao Brasil. Os itens tiveram que ser devolvidos por Bolsonaro após determinação judicial. A investigação na PF sobre o caso já está em vias de finalização e contou, inclusive, com depoimentos de Bolsonaro. Seu ajudante de ordens, Mauro Cid, apontado como pivô da operação de resgate dos presentes, está preso em outro caso, que apura falsificação em cartões de vacinação. Ele contou à PF que tentou incorporar as joias ao acervo pessoal do ex-capitão por ordens do próprio Bolsonaro.

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