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Bolsonaro quer criar lambança com indulto a Silveira. Ele sabe que é nulo, diz Ciro
Para o pedetista, o perdão foi concedido fora do prazo e sem atender aos critérios da impessoalidade, requisitos exigidos pela lei brasileira
O pré-candidato à presidência pelo PDT, Ciro Gomes, afirmou nesta terça-feira 26 que o presidente Jair Bolsonaro (PL) quis criar uma “lambança” ao conceder o indulto ao deputado federal Daniel Silveira (PTB-RJ).
Em entrevista José Luiz Datena, da rádio Bandeirantes, o pedetista ainda salientou que o perdão foi usado como uma estratégia para desviar a atenção de problemas maiores, como a inflação, o desemprego e o valor dos combustíveis.
“[Bolsonaro] é orientado por um grande bandido chamado Steven Banon para mudar o lugar onde acontece a discussão”, disse.
Para Ciro, o indulto foi concedido fora do prazo e sem atender aos critérios da impessoalidade, requisitos exigidos pela lei brasileira.
“A graça é individual e acontece pelo presidente da República diante de critérios. Mas não foram obedecidos pelo Bolsonaro”, afirmou. “Você não pode conceder um perdão para um cara que não está julgado ainda. Ainda cabe uma série de recursos que não permite que a sentença seja considerada transitada em julgada. É uma questão temporal que faz com que o decreto do presidente seja simplesmente nulo. Ele sabe disso”.
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