Bolsonaro quebra o silêncio e comenta voto de Benedito Gonçalves por sua inelegibilidade

O ex-presidente evocou uma declaração de Carlos Lupi, ex-presidente do PDT, defendendo a impressão do voto na urna; proposta é diferente da ideia de voto manual

O ex-presidente da República, Jair Bolsonaro (PL). Foto: Alan Santos/PR

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O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) se manifestou pela primeira vez, nesta quarta-feira 28, sobre o voto do corregedor-geral da Justiça Eleitoral e ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Benedito Gonçalves, que se manifestou, ontem, pela sua inelegibilidade.

Nas redes sociais, Bolsonaro tratou do julgamento apresentando um vídeo no qual Carlos Lupi, presidente do PDT, partido autor da ação contra Bolsonaro no TSE, defende a impressão do voto na eleição, após ele ser realizado na urna eletrônica. 

Na postagem, Bolsonaro cita a seguinte frase de Lupi: “Sem a impressão do voto, não há possibilidade de recontagem. Sem a recontagem, a fraude impera”. O ex-presidente insinua, na publicação, que Lupi é defensor da tese que o próprio Bolsonaro vem usando, há anos, para defender a impressão do voto no país.

No primeiro semestre do ano passado, Lupi, de fato, fazia a defesa de um mecanismo que permitisse que, após a votação, o registro fosse impresso. A proposta de Lupi é que 10% das urnas eletrônicas tivessem o mecanismo. Ele destacava, inclusive, que a sua proposta não era igual à de Bolsonaro, que, segundo Lupi, “quer voltar atrás, ao voto manual”. Bolsonaro, sustentava Lupi, “quer ameaçar a democracia e levar a suspeição sobre a sua derrota”. Mesmo sugerindo a impressão automática na urna, Lupi ressaltava que confiava “na democracia, na lisura e na imparcialidade do TSE”. 

Adotada desde 1996 no Brasil, a urna eletrônica é um mecanismo de votação que jamais registrou casos de fraude. A sua defesa é unânime entre ministros do TSE e profissionais responsáveis pela elaboração e pelo fortalecimento do mecanismo.

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