Justiça

Bolsonaro pode ser preso se der entrevistas ou aparecer nas redes, determina Moraes

O ministro do STF reforçou que o ex-presidente não pode aparecer em redes sociais, seja direta ou indiretamente

Bolsonaro pode ser preso se der entrevistas ou aparecer nas redes, determina Moraes
Bolsonaro pode ser preso se der entrevistas ou aparecer nas redes, determina Moraes
Jair Bolsonaro conversa com jornalistas momentos após a colocação de tornozeleira eletrônica em Brasília – Foto: Antônio Cruz/Agência Brasil
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O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, reiterou nesta segunda-feira 21 que Jair Bolsonaro (PL) está terminantemente proibido de utilizar redes sociais, direta ou indiretamente. Em despacho, Moraes deixou claro que qualquer tentativa de driblar a medida, inclusive por meio de entrevistas, poderá levar à prisão preventiva imediata do ex-presidente.

A decisão reforça as medidas cautelares impostas na última sexta-feira 18, como o uso de tornozeleira eletrônica e o toque de recolher noturno.

Moraes detalhou que o veto ao uso de redes sociais também se estende a conteúdos veiculados por terceiros, inclusive transmissões, entrevistas e trechos de declarações do ex-presidente publicados em plataformas digitais. Esse foi o motivo do cancelamento da entrevista de Bolsonaro ao portal Metrópoles nesta segunda.

“A medida cautelar de proibição de utilização de redes sociais, diretamente ou por intermédio de terceiros, imposta a JAIR MESSIAS BOLSONARO inclui, obviamente, as transmissões, retransmissões ou veiculação de áudios, vídeos ou transcrições de entrevistas em qualquer das plataformas das redes sociais de terceiros, não podendo o investigado se valer desses meios para burlar a medida, sob pena de imediata revogação e decretação da prisão, nos termos do art. 312, § 1º, do CPP”, escreveu Moraes.

A advertência é clara: qualquer publicação nas redes sociais que contenha conteúdo produzido ou autorizado por Bolsonaro poderá ser considerada como descumprimento da ordem judicial, mesmo que feita por aliados, assessores ou veículos simpáticos.

A Procuradoria-Geral da República já foi notificada da decisão. A defesa do ex-presidente ainda não se pronunciou oficialmente após a nova determinação.

O ex-presidente é esperado esta segunda-feira na Câmara dos Deputados. Bolsonaro participa de uma reunião de emergência do PL para articular uma reação ao STF.

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