Política

Bolsonaro pede que donos de supermercado lucrem menos; Guedes quer congelamento até 2023

‘Colaborem um pouco mais na margem de lucro dos produtos da cesta básica’, solicitou o presidente aos empresários

O presidente Jair Bolsonaro (PL), durante evento da Associação Brasileira de Supermercados. Foto: Reprodução
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O presidente Jair Bolsonaro (PL) pediu para que os empresários do ramo dos supermercados tenham “o menor lucro possível” sobre a venda de produtos da cesta básica, com o objetivo de conter a alta dos preços. A declaração ocorreu nesta quinta-feira 9, durante evento da Associação Brasileira de Supermercados.

A participação de Bolsonaro se deu virtualmente. Na ocasião, ele culpou o isolamento social durante a pandemia e a guerra da Ucrânia pela crise no Brasil. Na sequência, disse que o governo fez “o possível” para que a economia não colapsasse, citando a criação de programas como o auxílio emergencial e a proposta de redução do ICMS.

Ao fim do discurso, Bolsonaro pediu que o supermercadistas colaborem com as ações do governo e citou medidas econômicas que não pretende tomar em caso de continuidade do governo, como a revogação da reforma trabalhista e empréstimos do BNDES para o que chamou de “ditaduras pelo mundo”.

“O apelo que eu faço aos senhores, para toda a cadeia produtiva, é para que, os produtos da cesta básica, cada um obtenha o menor lucro possível para a gente poder dar uma satisfação a uma parte considerável da população, em especial os mais humildes”, declarou.

Em seguida, Bolsonaro disse que compreenderá caso os supermercadistas não sigam o pedido.

“Eu sei que a margem de lucro vem cada vez diminuindo mais, também. Os senhores já vêm colaborando dessa forma. Mas colaborem um pouco mais na margem de lucro dos produtos da cesta básica“, continuou. “Esse é o apelo que eu faço aos senhores. Se for atendido, eu agradeço, e muito. E se não for, é porque realmente não é possível.”

A Abras informou em nota que, na terça-feira 7, propôs ao ministro da Economia, Paulo Guedes, duas sugestões: a isenção de impostos dos produtos da cesta básica e a desoneração da folha de pagamentos.

Guedes, que discursou logo após Bolsonaro, disse que os impostos são “armas de destruição em massa de empregos” e cobrou os governadores a “ajudarem” as ações federais com o compartilhamento de 1/3 dos caixas estaduais com população. Além disso, o ministro pediu o congelamento dos preços dos supermercados até 2023.

“Da mesma forma que os governadores têm que botar a mão no bolso e ajudar o Brasil, o empresariado brasileiro tem que entender o seguinte: devagar agora um pouco, porque nós temos que quebrar a cadeia inflacionária”, afirmou o ministro. “Nova tabela de preços? Só em 23. Trava os preços. Vamos parar de aumentar o preço aí, dois, três meses, nós estamos numa hora decisiva para o Brasil.”

Nesta quinta, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística indicou desaceleração da inflação, em 0,46% no mês de maio, frente a 1,06% de abril. Ao mesmo tempo, a instituição registrou alta de 11,73% em 12 meses.

Contra a alta dos preços, sindicalistas planejam um ato para o dia 14 de junho em que levarão carrinhos de pipoca, sob a alegação de que o governo está “pipocando” – uma expressão que significa “fugindo da responsabilidade” – diante dos problemas da economia. A manifestação será em frente ao prédio do Banco Central, em São Paulo.

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