Política
Bolsonaro: Não nasci para ser presidente, quem nasceu está preso
‘Se fosse o Haddad presidente, que países ele teria visitado? Bolívia, Venezuela e Cuba?’
“Quando disse que não nasci [para ser presidente], era verdade. Quem nasceu está preso.” Foi com essas palavras que Jair Bolsonaro avaliou os primeiros cem dias de seu governo. O presidente se referia a uma declaração feita no final da semana passada, quando afirmou que não havia nascido para ser presidente, e sim militar.
A declaração foi feita ao jornalista Augusto Nunes, da Jovem Pan, em entrevista divulgada nesta segunda-feira 8. Bolsonaro respondia uma pergunta sobre o diálogo com os brasileiros nas redes sociais, e disse querer “trazer cada vez mais gente” para o lado do governo.
“Se fosse o Haddad presidente, que países ele teria visitado? Estados Unidos, Chile, Israel? Ou Bolívia, Venezuela e Cuba? É isso daí, Augusto. Quando outro dia eu falei que não estou preparado para ser presidente, não nasci para isso, é verdade. Quem nasceu está preso, estocando vento ou respondendo processo.”
O presidente também admitiu que Carlos Bolsonaro, que é vereador no Rio de Janeiro, ainda tem o controle de seus perfis nas redes sociais. “As redes sociais não me tomam mais do que 30 minutos do meu dia. Quem me ajuda nessa coordenação é o Carlos Bolsonaro. Até por isso as pessoas querem afastá-lo de mim”, disse.
Ainda elogiando o filho, sugeriu que ele deveria ter um cargo no governo. “Acho até que ele deveria ter cargo de ministro, ele que me botou aqui. Foi a mídia dele que me botou aqui”. No início do ano, o nome de Carlos chegou ser ventilado para a Secom, mas nomear parentes é vedado pelo Lei Antinepotismo. À época, o presidente afirmou que o filho não teria mais acesso a seus perfis virtuais.
Bolsonaro também comentou a participação de Paulo Guedes na CCJ, e criticou a falta de apoio dos parlamentares do PSL na ocasião. “Faltou o líder levar [os deputados] lá e também faltou, por falta de experiência política, argumentos para debater.”
Um minuto, por favor…
O bolsonarismo perdeu a batalha das urnas, mas não está morto.
Diante de um país tão dividido e arrasado, é preciso centrar esforços em uma reconstrução.
Seu apoio, leitor, será ainda mais fundamental.
Se você valoriza o bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando por um novo Brasil.
Assine a edição semanal da revista;
Ou contribua, com o quanto puder.