Nestas páginas aparece uma figura do governo Bolsonaro. Caso comparada ao boi da cara preta, este parecerá um jovem garboso, quem sabe disposto a versejar em tardes ensolaradas. Em sua função de ministro da Defesa do Brasil de Bolsonaro, apresentamos o general Paulo Sérgio Nogueira, este sim habilitado a assustar o país que haveria de defender. Na proximidade das eleições de outubro, ele avisa que as Forças Armadas brasileiras estão sempre alerta para cumprir sua tarefa constitucional. A ameaça golpista está feita.
A tal garantia do papel dos militares consta do artigo 142, cujo teor, quero crer, escapou ao presidente da Constituinte de meio período destinada a preparar o futuro, o doutor Ulysses Guimarães. Esta referência não consta de nenhum texto constitucional de países democráticos e civilizados. É coisa nossa, tipicamente nossa, atribuir às Forças Armadas o chamado papel moderador, com o peso que pode ter qualquer passagem da nossa Carta. É nela, evidentemente, que se baseiam os militares que, desde a derrubada da monarquia, infestam o País com seu golpismo inelutável apoiado pelas armas.
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