Bolsonaro fala em “respeito à família” ao vetar propaganda do BB

Se depender da declaração do presidente Jair Bolsonaro dada na manhã deste sábado 27, propagandas que incluam negros e abordem diversidade, como a veiculada pelo Banco do Brasil e que foi retirada do ar, gerando polêmica e discussões sobre censura, não terão mais espaço na mídia. Bolsonaro falou com jornalistas depois de um agenda pessoal em Brasília.

“A linha mudou. A massa quer o quê? Respeito à família, ninguém quer perseguir minoria nenhuma. Nós não queremos que dinheiro público seja usado dessa maneira”, disse. “Não é minha linha, vocês sabem que não é minha linha”, acrescentou.

Mais uma vez, Bolsonaro remou contra o discurso liberal e interferiu em decisões das estatais brasileiras ao vetar uma propaganda do banco que trazia imagens de jovens negros, descolados, com cabelos longos e utilizando piercings. O texto do anúncio trazia expressões como “faz carão” e “cara de diva irritada”, que não agradaram ao presidente.

Uma das cenas da peça publicitária vetada por Bolsonaro (Reprodução)

O governo chegou a enviar uma ordem às empresas estatais determinando que todas as peças publicitárias fossem aprovadas pela Presidência antes de serem veiculadas, mas recuou da decisão. Vale lembrar que, por força da Lei das Estatais, o governo não pode interferir no teor de propagandas de empresas estatais.

No caso do Banco do Brasil, o diretor de Comunicação e Marketing do BB, Delano Valentim, foi demitido.

Perguntando sobre como pretende controlar essas propagandas, Bolsonaro recorreu ao exemplo da sua feição por armas. “Eu não sou armamentista? Então ministro meu ou é armamentista ou fica em silêncio. É a regra do jogo”, disse.

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