O presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a flertar com o golpismo ao se referir às eleições de 2022. Em evento oficial do governo nesta quarta-feira 30, o ex-capitão disse que ‘com certeza’ irá implementar ‘a contagem de votos’ no Brasil neste ano. O projeto de voto impresso – que implementaria a contagem nesses moldes – foi reprovado no Congresso.
“Pode ter certeza que por ocasião das eleições os votos serão contados no Brasil. Não serão dois ou três que decidirão como serão contados esses votos”, disse, exaltado. A afirmação é uma referência aos ministros do Supremo Tribunal Federal e do Tribunal Superior Eleitoral, que também rechaçam a proposta de impressão de votos já reprovada pelo parlamento brasileiro.
Em seguida, Bolsonaro voltou a dizer que defende ‘a democracia e a liberdade’ e fará isso ‘com o sacrifício da própria vida’ se for preciso. “Talvez o que eu vá falar nesse momento seja o que é mais importante para o futuro da nossa pátria: poucas pessoas podem muita coisa em Brasília, mas nenhuma delas pode tudo. Porque acima delas está a vontade de vocês”, iniciou. “E nós que lá atrás…digo nós, militares… Juramos dar a nossa vida pela Pátria daremos agora a nossa vida pela nossa liberdade”, acrescentou.
Essa não é a primeira vez que Bolsonaro insinua uma possível iniciativa das Forças Armadas para reverter o processo eleitoral. Recentemente, após falar em ditadura, o ex-capitão afirmou que ‘algo iria acontecer em breve para salvar o Brasil’. No mesmo dia, citou as Forças Armadas e o ministro da Defesa, Walter Braga Netto, ao dizer que ‘as coisas seriam resolvidas brevemente’ no processo eleitoral. Em nenhum dos casos, o ex-capitão forneceu maiores detalhes sobre a ação.
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