Política

Bolsonaro diz que tem povo como ‘maior exército do mundo’ para atingir objetivos

‘Se a pátria um dia voltar a nos chamar, por ela tudo faremos, até mesmo sacrifício da própria vida’, acrescentou o presidente

A Codevasf, entregue por Bolsonaro ao Centrão, é o novo centro das suspeitas de corrupção. Foto: EVARISTO SA / AFP
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O presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou nesta terça-feira 5, que tem o povo brasileiro como o “maior exército do mundo” para atingir seus objetivos e garantir a democracia e a liberdade no País.

“Juntos, e ao lado do maior exército do mundo, nosso povo, atingiremos nossos objetivos e garantiremos a democracia e a liberdade”, declarou o presidente em cerimônia de cumprimento aos militares promovidos a Oficiais-Generais. “Se a pátria um dia voltar a nos chamar, por ela tudo faremos, até mesmo sacrifício da própria vida”, acrescentou.

Não foi a primeira vez que Bolsonaro disse ter o povo ao lado como um exército. Em ato político do PL no final de março com forte cunho eleitoreiro, o presidente declarou que tomaria decisões “contra quem quer que seja” se tiver apoio de seu “exército” de apoiadores na disputa que chamou de “luta do bem contra o mal”.

A fala, desta vez, foi feita no Palácio do Planalto a uma plateia de militares, que foram chamados de “âncora do nosso País” pelo chefe do Executivo. “Isso traz tranquilidade para o governo, para seus ministros, na certeza de que o trabalho dos senhores é revertido para todos os 215 milhões de habitantes”, disse o presidente, que é capitão da reserva.

Bolsonaro também declarou que as Forças Armadas estão “sempre prontas” e voltou a insinuar que seus adversários políticos agem à margem da lei. “Queremos é que todos cumpram nossa Constituição, que pode ter seus defeitos, mas é nosso norte”, afirmou o chefe do Executivo no discurso. “Vírus da corrupção foi praticamente vencido”, acrescentou, sem considerar as suspeitas de corrupção no Ministério da Educação reveladas pelo Estadão.

Bolsonaro ainda afirmou que o Ministério da Defesa – hoje nas mãos do general Paulo Sérgio, que foi comandante do Exército até semana passada – é a pasta que, em última análise, “pode fazer o País rumar em direção à normalidade, ao progresso e à paz”. “Tenho 23 ministros, todos são importantes, mas um se destaca: é o da Defesa, porque tem as tropas em suas mãos”, disse. “Aqui é mesclado de civis e militares”, seguiu, ao definir seu governo.

No mesmo discurso, Bolsonaro, em tom otimista, disse que os números da economia têm mostrado para onde nosso País está indo e disse ver o Brasil “conturbado por questões ideológicas”. “O bem sempre venceu o mal, e vencerá também a batalha que temos pela frente”, pontuou, sobre as eleições.

Em aceno à base conservadora, importante para seus planos de reeleição, o presidente ainda ignorou a história brasileira ao dizer que os militares sempre estiveram ao lado da legalidade, o que não aconteceu, por exemplo, no golpe de 1964.

Na semana passada, Bolsonaro enalteceu a ditadura militar e minimizou os efeitos do 31 de março de 1964, data do golpe. “O que aconteceu nesse dia? Nada. Nenhum presidente da República perdeu o mandato nesse dia”, disse em cerimônia no Palácio do Planalto.

De fato, o então presidente João Goulart não perdeu o mandato no dia 31 de março de 1964, mas na sequência, na madrugada de 2 de abril daquele ano, quando, mesmo estando em território nacional, o Congresso declarou vago o cargo da Presidência da República, contrariando a Constituição em vigor, promulgada em 1946.

 

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