Política

Bolsonaro diz que Leonardo DiCaprio colaborou para queimadas na Amazônia

Em live semanal, presidente acusa o ator e brigadistas de colocarem fogo na floresta

O ator Leonardo DiCaprio. Foto: Wikimedia Commons
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O presidente Jair Bolsonaro acusou, sem provas, o ator norte-americano Leonardo DiCaprio de ter doado dinheiro para “queimar a Amazônia”. A fala foi feita na transmissão ao vivo que o presidente fez nesta quinta-feira 28.

Bolsonaro comenta sobre o ator quando retoma o assunto das queimadas na Amazônia, temática que lançou seu governo em uma crise internacional sobre a assistência à floresta. Na época, também sem evidências, o presidente disse que desconfiava que ONGs estivesse envolvidas nos crimes ambientais. A forte reação contra a fala também foi comentada por ele na live.

“Me acusaram de tudo quanto é jeito de ser conivente com as queimadas. Eu falei que suspeitava – fui bem claro, suspeitava – de ONGs. Pronto. A imprensa… três, quatro dias comendo meu fígado pelo Brasil”, diz.

Em seguida, ele acusa os brigadistas de Alter do Chão de realmente serem os culpados pelo incêndio na região, em setembro. Os quatro voluntários foram liberados pela Justiça na tarde da quinta-feira, antes da transmissão do presidente. O delegado do caso também chegou a ser afastado pelo governador do Pará, Helder Barbalho, que falou que “ninguém pode ser vitima de prejulgamento ou ter seu direito de defesa cerceado”.

A falta de evidências que os brigadistas e as ONGs acusadas realmente cometeram o crime não impediu Bolsonaro de continuar acusando-os. A suposta doação do ator também foi negada pela organização WWF. “E o Leonardo DiCaprio? Mico do ano. O que é mais fácil? Tira foto, filma, vende. Leonardo doou 500 mil dólares pra essa ONG. Leonardo DiCaprio, pô, você tá colaborando pra queimada da Amazônia”, diz.

O presidente também comenta sobre fotos que recebeu que mostrariam, em tese, uma “vida de luxúrias” dos quatro voluntários. Em entrevista à CartaCapital, a mãe de um dos acusados relata que a casa do filho em Santarém não tem eletrodomésticos ou paredes – uma “maloca”, como popularmente dito.

“Pisou na bola, hein, DiCaprio? Pelo amor de Deus”, encerra o presidente.

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