Política

Bolsonaro diz que joias sauditas valorizaram após descobrirem que eram dele

Em palestra nos EUA, o ex-presidente pediu paciência aos apoiadores e afirmou que em 2026 o TSE terá composição favorável a ele

Foto: JOE RAEDLE / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / Getty Images via AFP
Apoie Siga-nos no

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou em evento na Flórida, nos Estados Unidos, que os ‘presentes’ recebidos dos governos da Arábia Saudita e dos Emirados Árabes foram valorizados após descobrirem que pertenciam a ele e a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro.

“Ficamos sabendo, uma informação ainda não confirmada, que, quando as joias chegaram e foram apreendidas, o que eu só descobri 1 ano depois, ela valia 1 milhão de euros. Quando descobriram que eram para mim passaram a valer 3 milhões de euros. Ou seja, aí vem uma questão da interpretação, né?”, disse.

No evento, o ex-capitão também ironizou a decisão do Tribunal de Contas de União que o proibiu de vender ou usar os objetos. “O que está na liminar de um ministro do TCU é que a joia poderia ficar comigo, mas eu não poderia usar”, discursou. “Eu jamais vou usar um relógio diferente desse aqui [apontou para o próprio pulso] no Rio de Janeiro. Eu não tenho vocação pra ser suicida”.

O ex-presidente ainda disse que aguarda instruções da justiça para devolver as joias.

Derrota para Lula

Bolsonaro ainda sugeriu que houve um complô internacional para ele perder as eleições de 2022. Para o ex-capitão, países com interesses em “meter a mão na Amazônia” preferiram eleger Lula.

“Parece que houve uma reunião aí, com pessoas de fora, que entenderam que para meter a mão na Amazônia não seria comigo, seria mais fácil com outra pessoa. Então trabalhou-se pela a derrota de um candidato, para que outro simbolizando democracia, honestidade, educação, assumisse o governo”, alegou.

O ex-presidente ainda aproveitou o discurso para tranquilizar seus apoiadores quanto às eleições de 2026, afirmando que durante o período eleitoral, o Tribunal Superior Eleitoral terá uma composição mais “amigável”.

“Em 2026, teremos uma nova composição do TSE, com o Kassio e o Nunes, que eu indiquei. Tudo muda, tudo pode se aperfeiçoar, o que a gente não pode é fazer besteira. Como a besteira que fizeram. Não foi o nosso pessoal, nosso pessoal entrou em uma armadilha no caso o 8 de Janeiro”, afirmou.

Bolsonaro insinuou que as depredações realizadas nas sedes dos Três Poderes em Brasília foram realizadas por “infiltrados”.

“Por isso que no dia 9 a esquerda coletou assinaturas para uma CPI para acabar com o bolsonarismo e alguns dias depois viram que não era bem assim”, disse.

“Hoje, por informações que eu tenho poderemos passar a limpo e apontar os verdadeiros responsáveis do que aconteceu no dia 8 de janeiro”, afirmou em relação à CPMI que seus aliados pretentem instalar.

ENTENDA MAIS SOBRE: , , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Os Brasis divididos pelo bolsonarismo vivem, pensam e se informam em universos paralelos. A vitória de Lula nos dá, finalmente, perspectivas de retomada da vida em um país minimamente normal. Essa reconstrução, porém, será difícil e demorada. E seu apoio, leitor, é ainda mais fundamental.

Portanto, se você é daqueles brasileiros que ainda valorizam e acreditam no bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando. Contribua com o quanto puder.

Quero apoiar

Leia também

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo