Política

Bolsonaro diz que aumento de gastos em cartão foi para trazer brasileiros da China

Sem apresentar provas, o presidente justificou o motivo de ter estourado os gastos com cartões corporativos do governo

Presidente Jair Bolsonaro na saída do Palácio da Alvorada. Foto: reprodução.
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O presidente Jair Bolsonaro justificou o motivo de ter estourado os gastos com cartões corporativos. Na saída do Palácio da Alvorada nesta segunda-feira 11, o capitão afirmou que foi pelo cartão que o governo  financiou o envio de três aeronaves da Força Aérea Brasileira (FAB) para resgatar brasileiros na China, quando o país asiático ainda era o epicentro da pandemia provocada pelo novo coronavírus.

A afirmação, no entanto, não foi comprovada pelo presidente. “A imprensa criticou o uso do cartão corporativo. Parte [da viagem] de três aviões que foram para a China foi financiada com o cartão corporativo”, justificou.

O aumento dos gastos do governo foi divulgado neste domingo 10, pelo jornal Folha de S.Paulo. A reportagem mostra que Bolsonaro gastou mais no cartão corporativo da presidência do que os ex-presidentes Michel Temer (MDB) e a ex-presidente Dilma Rousseff (PT).

 

Na gestão atual, gastou-se, em média, R$ 709,6 mil por mês, o que representa uma alta de 60% em relação ao governo do emedebista e de 3% em comparação com a administração da petista.

Por mês, Dilma tinha uma média de gastos de R$ 686,5 mil, enquanto Temer despendia R$ 441,3 mil. Os dados são do Portal da Transparência do governo federal, que reúne informações de 2013 a março de 2020 (fatura mais recente). Os valores foram corrigidos pela inflação do período.

Esses meios de pagamento foram criados em 2001, no governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB). Eles são distribuídos a pessoas que ocupam postos-chave da gestão pública e cobrem despesas de urgência pela compra de produtos e serviços ou pela cobertura de gastos de viagens. Como a lista de gastos não é divulgada, não é possível saber o peso de cada atividade nas contas mensais.

Gastos no cartão “abaixo da média”

Horas depois de bradar contra a imprensa na entrada do Palácio do Alvorada, o presidente Jair Bolsonaro foi às redes sociais para “provar” o gasto excessivo no cartão corporativo. Sem apresentar nenhum documento, voltou a afirmar que parte deste dinheiro público foi aplicado na operação de repatriação de brasileiros da China, por conta do coronavírus – segundo ele, R$ 739.598,00. “Ao contrário do noticiado, retirando despesas extraordinárias, nossos gastos seguem abaixo da média de anos anteriores”, escreveu.

– Cartão corporativo / despesa.- 3 aviões da FAB, vinculados à Presidência da República, foram à China buscar…

Posted by Jair Messias Bolsonaro on Monday, 11 May 2020

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