O presidente Jair Bolsonaro confirmou que deve mesmo mexer nos ministérios na próxima segunda-feira 26. A declaração foi dada em entrevista à rádio Jovem Pan de Itapetininga na manhã desta quarta-feira 21.
“Estamos trabalhando, inclusive, uma pequena mudança ministerial, que deve ocorrer na segunda-feira, para ser mais preciso, e para a gente continuar aqui administrando o Brasil”, destacou. “Temos uma enorme responsabilidade, sabia que o trabalho não ia ser fácil, mas realmente é muito difícil. Não recomendo essa cadeira para os meus amigos”, acrescentou.
A ‘pequena mudança’ deve entregar pelo menos dois cargos importantes ao Centrão. Onyx Lorenzoni, da Secretaria-Geral, e Luiz Eduardo Ramos, da Casa Civil, devem ser demitidos. Os dois, porém, não sairão do governo e serão realocados em outras funções.
Ciro Nogueira, senador e presidente do Progressistas, maior base de apoio de Bolsonaro no Congresso, pode assumir a Casa Civil.
Para a Secretaria-Geral, o ex-presidente do Senado, Davi Alcolumbre, do DEM, é um dos cotados. Outra possibilidade é que Ramos, que deixa a Casa Civil, seja transferido para o cargo.
Para realocar Onyx, o governo trabalha com a possibilidade de recriar o Ministério do Trabalho.
Com o Centrão ocupando dois dos mais importantes assentos no governo, Bolsonaro busca driblar a queda na popularidade registrada nos últimos meses, resultado das investigações da CPI da Covid e da condução da pandemia no Brasil, que aumentam a pressão pelo impeachment.
A medida visa também facilitar a aprovação da indicação de André Mendonça ao Supremo Tribunal Federal (STF) por parte dos senadores. Mendonça é peça-chave para ampliar a ‘presença bolsonarista’ no Tribunal e barrar possíveis avanços da Corte contra o presidente e seus filhos.
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