Política
Bolsonaro cita Forças Armadas e volta a sugerir ‘apuração simultânea’ dos votos em outubro
Em Los Angeles, o ex-capitão voltou a lançar dúvidas infundadas sobre o sistema eleitoral brasileiro
O presidente Jair Bolsonaro retomou nesta sexta-feira 10 a sua tentativa de deslegitimar o sistema eleitoral brasileiro e defendeu, mais uma vez, uma “apuração simultânea” de votos.
Em Los Angeles (EUA), onde participou da Cúpula das Américas, ele comentou o ofício enviado pelo Ministério da Defesa ao Tribunal Superior Eleitoral sobre “sugestões” das Forças Armadas para a eleição.
“Fomos convidados, eu sou chefe das Forças Armadas. Colocamos à disposição da Justiça Eleitoral o que tínhamos de melhor lá no comando de defesa cibernética. Levantamos centenas de vulnerabilidades, apresentamos nove sugestões e depois disso o TSE sempre se negou a discutir”, afirmou a jornalistas o ex-capitão, citado pelo jornal O Globo. “Pode ser até que o TSE esteja certo. Mas logo depois o Fachin ainda declarou que eleições se trata com forças desarmadas. Por que convidaram?”
Bolsonaro repetiu que “não podemos ter eleições sob o manto da desconfiança, e dá tempo”.
“Não se fala no ofício em voto impresso, pelo que eu vi, questões técnicas apenas, uma muito importante que foi a sugestão de uma apuração simultânea. Não sei por que não aceitam isso. Se eu sou presidente do TSE, aceito todas as sugestões, ou discutimos e chegamos a um denominador comum.”
Em documento enviado ao TSE nesta sexta, o ministro da Defesa, o general Paulo Sergio Nogueira de Oliveira, afirma que as Forças Armadas encaminharam sete propostas à Comissão de Transparências das Eleições, criada pelo tribunal. Reclama, porém, que “ainda não foi possível concretizar a discussão técnica”. E emenda: “Até o momento, reitero, as Forças Armadas não se sentem devidamente prestigiadas por atenderem ao honroso convite do TSE para integrar a CTE”.
O TSE respondeu que “analisará todo o conteúdo remetido, realçando desde logo que todas as contribuições sempre são bem-vindas e que preza pelo diálogo institucional que prestigie os valores republicanos e a legalidade constitucional”.
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