O presidente Jair Bolsonaro afirmou, nesta quarta-feira 17, que houve abuso na operação autorizada pelo Supremo Tribunal Federal contra seus aliados e que “está chegando a hora de tudo ser colocado no devido lugar”.
“Em 1970, eu já estava na luta armada e conheço tudo o que está acontecendo no Brasil. Você está falando respeitosamente comigo, sei disso. Mas tem gente que nasceu 40 anos depois do que eu vivi e quer dizer como devo governar o Brasil. Eu estou fazendo exatamente o que tem que ser feito”, disse Bolsonaro.
A resposta veio após questionamento de uma apoiadora, que diz fazer parte do movimento bolsonarista “300 pelo Brasil”, um dos alvosda operação.
“Eu não vou ser o primeiro a chutar o pau da barraca. Eles estão abusando. Isso está [a] olhos vistos. O ocorrido no dia de ontem, no dia de hoje, quebrando sigilo de parlamentares, não tem história nenhuma visto numa democracia por mais frágil que ela seja. Então, está chegando a hora de tudo ser colocado no devido lugar”, completou o presidente no jardim do Palácio da Alvorada.
Presidente @jairbolsonaro comentou sobre a ação do STF.
E disse: “Eles estão abusando! Está chegando a hora!” pic.twitter.com/nwU9ToPnlG
— Carla Zambelli (@CarlaZambelli38) June 17, 2020
Nesta terça-feira 16, o presidente já havia se pronunciado no Twitter sobre o caso. Bolsonaro falou em perseguição contra os conversadores e afirmou que vai agir.
“Luto para fazer a minha parte, mas não posso assistir calado enquanto direitos são violados e ideias são perseguidas. Por isso, tomarei todas as medidas legais possíveis para proteger a Constituição e a liberdade do dos brasileiros”, diz.
Ontem, a PF cumpriu 21 mandados de busca e apreensão por investigação sobre manifestações antidemocráticas. Foram alvos dirigentes da sigla que o presidente tenta fundar, o Aliança pelo Brasil, além de blogueiros, deputados, e youtubers de direita, todos ligados ao presidente.
No final da tarde, o ministro Alexandre de Moraes, do STF, determinou a quebra do sigilo bancário de dez deputados federais e um senador da base de apoio do presidente no Congresso. O presidente apontou que quer preservar a democracia, mas que não pode fingir “naturalidade” com o que está acontecendo. “Nada é mais autoritário do que atentar contra a liberdade de seu próprio povo”, diz.
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