Política

Bolsonaro ameaça e diz que ‘pode sair das quatro linhas da Constituição’ no 7 de Setembro

Em evento, o presidente disse que, após os protestos, ‘aqueles um ou dois’ [Barroso e Moraes] ‘voltarão para o seu lugar’

Foto: Reprodução
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O presidente Jair Bolsonaro subiu o tom das ameaças e afirmou que ‘pode sair das quatro linhas da Constituição’ se ‘alguém quiser’, declarando em seguida que os atos do 7 de Setembro serão o ultimato para ‘duas pessoas’. As declarações foram dadas durante um evento na Bahia nesta sexta-feira 3.

“Nós não precisamos sair das quatro linhas da Constituição. Ali temos tudo o que precisamos. Mas se alguém quiser jogar fora dessas quatro linhas, nós mostraremos que poderemos fazer também”, ameaçou Bolsonaro.

A declaração foi recebida por gritos de ‘eu autorizo’ por parte dos apoiadores. O bordão é uma referência de que estariam ‘autorizando’ um golpe por parte do presidente.

O mandatário disse ainda que depois do dia 7, ‘aqueles um ou dois’ que o desafiaram ‘voltarão para o seu lugar’: uma clara referência aos ministros Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso.

“Eu duvido que aqueles um ou dois que ousam nos desafiar, desafiar a Constituição, desrespeitam o povo brasileiro, [não] saberá voltar para o seu lugar”, acrescentou.

“Eles têm que entender o seu lugar”, disse. “Nas ruas, no próximo dia 7, será o ultimato para essas duas pessoas”, acrescentou.

Bolsonaro está no Nordeste para assinar o contrato de concessão da ferrovia oeste-leste. A visita à Bahia ocorre dias depois de Lula ter passado pela região. A caravana do principal adversário em 2022 não passou em branco ao atual presidente.

“É muito bom voltar ao nosso Nordeste, outrora usado para fins politiqueiros”, alfinetou após elogiar as ‘bandeiras verde e amarelas’ onde antes estavam as ‘vermelhas’.

O presidente disse ainda que em seu governo não há indicados políticos para os ministérios. No entanto, recentemente, abriu mão da principal cadeira do seu governo para indicar um aliado do Centrão em nome da ‘governabilidade’.

No discurso também chamou governadores de ‘ditadores’ por promoverem o lockdown durante a pandemia e os culpou pelo aumento de preços no Brasil.

Ao fim das declarações, tentou minimizar as ameaças dizendo que não faz críticas às instituições, mas sim críticas pontuais, ao celebrar a indicação de André Mendonça ao STF e a renovação das cadeiras na Corte.

Em seguida, no entanto, voltou a subir o tom: “Não podemos permitir que essas uma ou duas pessoas, usando da força do poder, queiram dar outro rumo para o nosso País”, afirmou sem citar os nomes de Moraes e Barroso, alvos das suas ameaças.

“Se curvem a Constituição. […] Entendam que vocês dois estão no caminho errado. Sempre dá tempo pra se redimir”, declarou. “Vamos derrotar aqueles que querem nos levar para o caminho da Venezuela”, completou. Presidente disse que protestos no 7 de setembro farão “um ou dois que nos desafiam voltar para seu lugar”.

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