Bolsonarista preso por matar petista mostrou vídeo a testemunha, admitiu ‘besteira’ e pediu ajuda para fugir

O bolsonarista Rafael Silva de Oliveira, de 22 anos, preso em flagrante pela morte de um petista após discussão sobre política, gravou um vídeo do corpo da vítima e mostrou para uma testemunha, pedindo ajuda para fugir. Esta conversa aconteceu logo depois de ele ter esfaqueado e tentado degolar Benedito Cardoso dos Santos, de 44 anos, na noite da quarta-feira 7, em uma chácara em Agrovila, zona rural de Confresa (MT).

As informações foram repassadas pelo delegado responsável pela investigação do caso, Victor Donizete de Oliveira Pereira. Rafael foi preso no dia seguinte, após procurar um hospital da cidade para cuidar de um ferimento na mão causado durante a briga com Benedito.

À Polícia Civil, Rafael confessou o crime. Ele afirmou que a motivação do homicídio foi um desentendimento por política, pois ele é apoiador do presidente Jair Bolsonaro (PL), e o colega de trabalho defendia o candidato Luiz Inácio Lula Da Silva (PT).

De acordo com o delegado, no dia do crime, só estavam a vítima e o suspeito na chácara. No dia seguinte, uma terceira pessoa chegou no local para trabalhar e se deparou com o corpo no local. Esta testemunha já deu depoimento à polícia e, na ocasião, afirmou que Rafael pediu ajuda para fugir para outra cidade. Ela, no entanto, recusou-se a colaborar com o suspeito.

Rafael ainda teria mostrado à testemunha um vídeo que gravou mostrando Benedito já sem vida e afirmando que “fez besteira”. Ainda segundo a polícia, Rafael deixou o celular com esta pessoa que esteve na chácara no dia seguinte ao crime, pois já previa que seria preso, e fugiu sozinho, em seguida.

Até agora, seis pessoas foram ouvidas pelo delegado Victor Donizete de Oliveira Pereira, responsável pela investigação do caso. Rafael passou por audiência de custódia ainda na quinta-feira e teve a prisão em flagrante convertida em preventiva, por motivo fútil e meio cruel.

Tentativa de degolar

Benedito foi morto com golpes de faca e machado. A vítima era natural de Goiás e estava em Mato Grosso temporariamente para trabalhar na chácara. A polícia tenta localizar a família dela.

Segundo o delegado, o suspeito é morador da cidade e tinha ido até a chácara na zona rural pegar lenha para levar até a empresa de cerâmica onde trabalha na cidade. No entanto, acabou brigando com o colega de trabalho.

Conforme a Polícia Civil, em determinado momento da briga, Benedito teria dado um soco no queixo de Rafael, que pegou a faca e atacou a vítima, com golpes em um olho, na testa e no pescoço.

Depois de esfaquear a vítima, o suspeito ainda tentou decapitá-la com um machado.

No hospital onde Rafael procurou ajuda, os funcionários informaram à polícia sobre o caso. Os policiais já sabiam sobre a morte de Benedito e levaram Rafael até a delegacia, onde ele confessou o crime por motivação política.