Política

Bloqueado nas redes, blogueiro bolsonarista usa ClubHouse para convocar atos antidemocráticos

Escondido no México, Oswaldo Eustáquio recorre a plataforma de conversas por voz e a perfis da esposa e de amigos para driblar punição

O blogueiro bolsonarista Oswaldo Eustáquio. Foto: Reprodução/Redes Sociais
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Mesmo após ter sido bloqueado nas redes sociais por decisão do Supremo Tribunal Federal, o blogueiro Oswaldo Eustáquio continua usando plataformas para inflamar e mobilizar pessoas para os atos do 7 de Setembro.

Na tarde da segunda-feira 6, ele participou de uma conversa na sala “Direita Raiz” do ClubHouse, a rede social para conversas apenas por voz. Entre cerca de cem participantes, detalhou as ações que bolsonaristas pretendem promover durante os atos desta terça.

Escondido na Cidade do México, Eustáquio contou, pouco antes de caminhões tomarem a Esplanada dos Ministérios, sobre a logística das ações na capital federal. “Vocês não têm noção do que está acontecendo em Brasília. Temos 500 caminhões num pátio chamado Parque Leão. E 350 motorhomes e caminhões menores na Granja do Torto.”

O blogueiro revelou também como pretende colaborar com as transmissões dos eventos do dia 7. Ele explicou que é financiado por um “jornal” que contratou quatro mochilinks para transmitir direto da Avenida Paulista, em São Paulo. As imagens serão replicadas por um canal no YouTube, uma página no Facebook e os perfis da esposa do bolsonarista, Sandra Terena, nas redes sociais.

Oswaldo Eustáquio usou ainda a simbólica data do início do Ano Novo Judaico para um contorcionismo sincrético. “Acredito na cultura judaico-cristã. Nesta noite se inicia o ano novo. O ano do sétimo ano. Ano em que Deus vem julgar a terra. Que Deus julgue com justiça aqueles que me julgaram com injustiça”, disse, logo após referências ao ministro Alexandre de Moraes, do STF, e ao que chamou de “ditadura da toga”.

Inquérito – Eustáquio é investigado no inquérito dos atos antidemocráticos, no STF. O blogueiro também já esteve preso, por ordem do STF, por três vezes na Papuda. Em uma dessas ocasiões afirmou que foi espancado por policiais da penitenciária.

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